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Lucros da EDP sobem mais de 80% para 946 milhões

A elétrica nacional divulgou hoje os seus resultados até setembro. Já os lucros recorrentes superaram mil milhões de euros.
2 Novembro 2023, 17h52

O grupo EDP registou lucros não recorrentes de 946 milhões de euros até setembro, mais 83%. O resultado líquido foi suportado pela “recuperação da produção hídrica em Portugal em 61% face à seca extrema em 2022, assim como, pelo aumento de resultado líquido recorrente do Brasil no seguimento do sucesso da OPA sobre a EDP Brasil e pelo impacto das mais valias das duas transações de rotação de ativos em Espanha e na Polónia”.

Em termos de lucros recorrentes atingiram mais de mil milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, num crescimento de 100%, com este resultado a excluir “essencialmente” a imparidade registada no primeiro semestre com a central de Pecém no Brasil.

O EBITDA recorrente aumentou 26% para os 3.830 milhões de euros, “impulsionado pela subida da produção hídrica e normalização dos custos de abastecimento de eletricidade e gás face os primeiros nove meses de 2022, com impacto positivo na recuperação da margem integrada no mercado Ibérico”. 

Por seu turno, o EBITDA do segmento eólico e solarbaixou 4%, impactado de forma negativa por recursos eólicos abaixo da média, e redução de preços de eletricidade em mercados grossistas europeus face aos níveis record registados em 2022″. Num tom mais positivo, os ganhos naatividade de rotação de ativos renováveis tiveram um crescimento de 38%, totalizando 393 milhões de euros com a conclusão de duas transações significativas em Espanha e na Polónia”.

Na atividade de redes de eletricidade em Portugal, Espanha e Brasil, o EBTIDA diminuiu 2% face ao período homólogo para 1.115 milhões.

Na Península Ibérica, o EBTIDA recuou 3% devido aoimpacto da inflação nos custos operacionais”.

O Goldman Sachs previa um lucro de 886 milhões de euros, o que indiciaria que a empresa está no bom caminho para atingir lucros de 1.100 milhões de euros este ano, conforme a previsão da empresa, com o GS a estar mais otimista: 1.200 milhões. A EDP tem a recomendação em ‘comprar’, com um preço-alvo de 5,40 euros a 12 meses, segundo uma nota do GS divulgada esta semana, antes dos resultados.

Até setembro, a dívida líquida subiu 28% face ao final de 2022 para 16,9 mil milhões de euros, “refletindo o financiamento do défice tarifário de 2,3 mil milhões de euros gerado em Portugal sobretudo durante o primeiro semestre de 2023 antes do aumento de tarifas de acesso as redes a 1 de julho, o investimento de 1,1 mil milhões de euros na aquisição dos minoritários da EDP Brasil, concluído no terceiro trimestre de 2023 e da aceleração do investimento em redes de eletricidade e renováveis”.

Esta subida foi compensada “parcialmente” por 1,4 mil milhões de cash flow orgânico e dois mil milhões de euros de aumentos de capital da EDP e EDP Renováveis realizados no primeiro triemstre de 2023.

Os custos financeiros líquidos subiram 9% para 635 milhões de euros, “em resultado do aumento do custo médio da dívida em 60 pontos base para os 4,9%”.

Já o investimento líquido de expansão subiu 36% para 3.895 milhões de euros.

A elétrica liderada por Miguel Stilwell d’Andrade recorda que tem dado “passos importantes” para encerrar a sua operação no negócio de carvão até ao final de 2025, com as vendas de 80% da central a carvão em Pecém, no Brasil, com “análise da conversão para combustão de gás, hidrogénio ou biomassa”; pedido para encerrar as centrais a carvão de Soto 3 e Los Barrios em Espanha; parceria na central de Aboño em Espanha com decisão de investimento para conversão a gás natural.

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