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Lucros do banco angolano BAI em Cabo Verde caíram mais de 75% em 2020

O  BAI Cabo Verde registou, assim, um resultado líquido de 31 milhões de escudos (280 mil euros) em 2020, que compara com os lucros de 124,7 milhões de escudos (1,1 milhões de euros) em 2019.
3 Junho 2021, 11h21

Os lucros do Banco Angolano de Investimentos (BAI) Cabo Verde, participado pela petrolífera Sonangol, caíram 75,1% em 2020, face ao ano anterior, para 280 mil euros, segundo dados do relatório e contas, consultado hoje pela Lusa.

No documento, o conselho de administração reconhece que, num contexto de fortes impactos provocados pela pandemia de covid-19, a “deterioração sistémica das condições económicas e financeiras representou um desafio” para o BAI Cabo Verde, levando “à recentragem da sua gestão com ênfase no controlo e mitigação dos riscos, desde operacionais a financeiros e estratégicos”.

O  BAI Cabo Verde registou, assim, um resultado líquido de 31 milhões de escudos (280 mil euros) em 2020, que compara com os lucros de 124,7 milhões de escudos (1,1 milhões de euros) em 2019.

O conselho de administração decidiu ainda não distribuir dividendos, aplicando os lucros de 2020 em reservas, obrigatórias (15%), de estabilização de dividendos (8%) e livres (77%), segundo o documento.

O BAI Cabo Verde é detido em 83,85% pelo BAI (Angola), com a petrolífera Sonangol Cabo Verde a deter uma quota de 13,45% e a Sociedade de Investimentos SOGEI uma participação de 2,69%.

“Num enquadramento atípico e de forte contração da atividade económica, o banco BAI Cabo Verde manteve o dinamismo comercial, adaptando-se e inovando na sua forma de prestar serviços aos seus clientes, agora num contexto de distanciamento social”, explica o conselho de administração no mesmo relatório, acrescentando a continuidade da aposta, em 2020, nos canais digitais, mas mantendo os 118 trabalhadores.

A administração reconhece que a atividade bancária em 2020, impactada pela crise provocada pela pandemia de covid-19, “foi marcada por um crescimento ténue” da carteira de crédito, de 2,1% face a 2019, para um valor bruto de 10,2 mil milhões de escudos (92,4 milhões de euros), enquanto os recursos dos clientes subiram 1,2%, para 14,2 mil milhões de escudos (128,7 milhões de euros).

“A nível de solvência verificou-se, ainda que residual, um reforço dos fundos próprios em 0,5%, tendo o rácio de solvabilidade passado dos 14,14% em 2019 para os 14,22% em 2020, acima do limite regulamentar, este ano fixado nos 10%, como medida de flexibilização prudencial face à crise da covid-19”, lê-se na mensagem da administração.

O ativo líquido do BAI Cabo Verde cresceu 5,2% em 2020, para mais de 23,5 mil milhões de escudos (213 milhões de euros), enquanto o passivo aumentou 5,5%, para 22 mil milhões de escudos (199,5 milhões de euros), “traduzindo um nível de rentabilização de recursos em termos de taxa de transformação de 68,6%”, sendo um aumento de 0,6 pontos percentuais face ao resultado de 2019.

O banco fechou 2020 com capitais próprios de 1.576 milhões de escudos (14,2 milhões de euros).

No relatório e contas de 2020 é ainda reconhecido que o rácio do crédito vencido – com atraso superior a 30 dias – subiu para 7,4% do total, contra 6,5% em 2019, e que o rácio de crédito em incumprimento – atraso superior a 90 dias – atingiu os 7,2%, face aos 6,3% no ano anterior.

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