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Luísa Amorim: seguir as pisadas empreendedoras no vinho

Luísa Amorim escolheu enveredar pelos negócios da família pela via vitivinícola e desde então já expandiu a marca e criou novos projetos. É a portuguesa mais poderosa dos negócios na categoria de Turismo, Hotelaria e Vinhos.
Luísa Amorim
21 Novembro 2024, 07h30

O apelido Amorim remete diretamente para a família mais rica de Portugal, e neste perfil vamos abordar precisamente o percurso da filha mais nove de Fernanda e Américo Amorim: Luísa. A verdade é que Luísa Amorim escolheu enveredar pelo negócio vitivinícola e seguir as pisadas do pai.

Foi o seu percurso pela indústria do vinho que a levou a ser eleita pela revista Forbes Portugal como a mais poderosa da categoria Turismo, Hotelaria e Vinhos. Luísa Amorim recolhe um total de 70 pontos, o que a coloca à frente de empresárias como Leonor Freitas (Casa Ermelinda Freitas), Filipa Queiroz Pereira (Ritz Four Seasons) e Patrícia Bensaude (grupo Bensaude), posicionadas na mesma categoria.

Luísa Amorim é formada em Direção Hoteleira, curso que concluiu no Estoril e no Porto, e também em Marketing, que realizou no Porto e Estados Unidos. Para combinar toda a informação, e consciente que teria negócios familiares para gerir, concluiu formações na área de Gestão de Empresas e Finanças.

O grupo Amorim adquiriu a Burmester em 1999, quando a agora gestora estudava marketing nos Estados Unidos. A sua entrada na empresa não tardava – que chegaria no ano seguinte -, e começou a organizar os canais de distribuição e marketing da marca. O grupo acabou por vender a Burmester em 2005, mas Luísa Amorim ficou com a Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo.

É, em grande parte, através desta marca que Luísa Amorim está a fazer crescer os negócios da família ligados à viticultura, enologia e enoturismo. Isto porque a família Amorim tem uma longínqua ligação ao vinho, desde que iniciou a produção de rolhas (aqui dá a mão ao negócio da Corticeira) para as Caves do Vinho do Douro.

Mas a Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo, pela mão de Luísa Amorim, tem vindo a tornar-se uma referência na produção de vinhos do Douro. Ao leme da empresa, a empresária tomou a decisão de alargar a sua atividade até ao Dão, tendo investido na Quinta da Taboadella, e mais tarde para o Alentejo, onde reabilitou a Herdade Aldeia de Cima, em 2017.

Com um monte e adega, Luísa Amorim optou por transformar esta herdade na Serra do Meandro e juntou-lhe uma vinha, interligando o mundo pessoal e profissional, uma vez que a viticultura é uma paixão familiar, que partilha com o marido Francisco Rêgo.

A própria Quinta Nova tem sido alvo de algumas remodelações, com Luísa Amorim a marcar o passo ao abrir o primeiro hotel vínico da região, integrado na rede Relais e Châteaux. É este hotel, que incorpora o projeto de enoturismo, adega reabilitada, loja e spa, que recebe perto de 150 visitantes por dia.

Em entrevista ao brasileiro “O Globo”, a poderosa lembra que o seu trabalho nestes projetos já têm alguns anos. “Não sou enóloga. Também não tenho a visão de crescer. Não vivo dentro da adega, não sou uma pessoa de máquinas. Vivo realmente de arquitetar um vinho, arquitetar um perfil e descobrir novos lotes”, apontou Luísa Amorim.

No fundo, a própria empresária define o seu papel: gosta de “pensar, visualizar e projetar. Fecho todos os lotes com os nossos enólogos. Trago muitas ideias de novos lotes e todos eles já me conhecem há vários anos”.

Sobre as suas produções e objetivos das mesmas, Luísa Amorim destaca que cada um fala por si, mas devem falar, sobretudo, “da tradição, não devem ser típicos, devem falar das pessoas. Devemos sentir esse espírito e esse envolvimento para nos sentirmos inspirados”.

É nesta mesma entrevista que a produtora assume o mantra que um cliente norte-americano lhe confidenciou: Douro é clássico, Dão é elegância e Alentejo é ancestral. No fundo, Luísa Amorim é quer que os seus vinhos transmitam e projetem toda uma experiência local.

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