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Luísa Amorim arranca com projeto pessoal no Alentejo

Após ter trazido a Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmopara a ribalta da produção vinícola do Douro e de ter levado o grupo Amorim para o Dão, com o investimento na Quinta da Taboadella, Luísa Amorim decidiu pôr de pé um projeto vitivinícola a título próprio, no Alentejo. Saiba as motivações e os projetos da filha mais nova de Américo Amorim.
17 Fevereiro 2019, 16h00

De forma serena e paulatina, Luísa Amorim vai traçando o seu caminho de empresária em ascensão no panorama nacional, em particular no setor que mais a apaixona, o da produção de vinhos e das diversas atividades que lhe estão associadas, como a viticultura, enologia e enoturismo. Pela sua mão, a Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo, a casa produtora de vinhos mais conhecida do império herdado de seu pai, o magnata Américo Amorim, tem vindo a tornar-se uma das referências da multifacetada produção vínica do Douro.

Mas Luísa Amorim, a mais nova das três filhas de Américo Amorim, é mulher de enfrentar desafios consecutivos. A Quinta Nova vai de vento em popa, também na vertente do enoturismo, mas tal não chega para esta empresária nascida no Porto há 45 anos. Além de ter em carteira uma outra quinta no Douro Superior, a Quinta de São Cidrão, com cerca de 200 hectares (quase o dobro da Quinta Nova), onde está quase tudo por fazer, quebrou no ano passado as fronteiras geográficas da produção vinícola da casa Amorim, investindo pela primeira vez numa região produtora fora do Douro, numa quinta do Dão (ver texto ao lado).

Seguindo nessa senda de inovação e de diversificação da produção de vinhos, Luísa Amorim decidiu, ainda durante o ano passado, avançar com um projeto pessoal nesse setor, desta feita, no Alentejo. A aposta na produção de vinhos no Alentejo por parte de empresários oriundos de outras regiões portuguesas tem estado a intensificar-se nos últimos meses, sendo disso exemplo os investimentos recentes da Symington ou da Sogrape.

Mas Luísa Amorim confere a este novo desafio contornos mais emocionais. “Desde pequena que conheço a paisagem alentejana, uma imensa terra que teimava em nunca mais acabar a caminho das férias de verão no Algarve. Uma das propriedades do meu pai, que visitava todos os verões, localizava-se em Santana, uma pequena aldeia no concelho de Portel, junto à antiga estrada romana entre Évora e Beja, que faz fronteira com a Vidigueira, no limite sul do Alto Alentejo e que incorpora o ponto mais elevado da Serra do Mendro”, confidencia Luísa Amorim, em declarações exclusivas ao Jornal Económico.

A empresária adianta que “é neste imenso território que em 2017 decidi antecipar a realização de um dos meus sonhos e projetar, a nível pessoal, a recuperação de um monte em ruínas e de um antigo edifício adaptado para uma adega e plantar uma vinha (…) em solos de xisto na Serra do Mendro”, revela Luísa Amorim. Trata-se da Herdade da Aldeia de Cima, na divisória entre o Alto e o Baixo Alentejo. Para o efeito, foi constituída a Herdade Aldeia de Cima do Mendro – Sociedade Agrícola, Comercial e Turística, Lda, que tem por objeto a exploração de propriedades agrícolas, incluindo a viticultura; comercialização importação e exportação de vinhos e bebidas; produção e engarrafamento de vinhos comuns e licorosos; e a exploração e organização de atividades de animação turística e hoteleira em espaço rural.

Luísa Amorim diz que “a dupla de enologia Jorge Alves [na foto] e António Cavalheiro, com o apoio do Joaquim Faia, na viticultura, acompanha-me nesta caminhada e, em conjunto, desenhamos vinhos na paisagem, preservando a genuinidade neste acidente orográfico único que separa o Alto e o Baixo Alentejo”.

“A vivência deste lugar único tornou-se num projeto de vida para a minha família”, garante Luísa Amorim. Lá mais para o verão, será altura de se poderem provar as primeiras produções vinícolas da Herdade da Aldeia de Cima, estando já a ser organizado um evento gastronómico pelo ‘Chef’ José Avillez.

Artigo publicado na edição nº 1974 do Jornal Económico de 1 de fevereiro

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