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Paulo Macedo já entregou relatório da Caixa no Parlamento

O presidente da CGD, Paulo Macedo, entregou em mão a versão final do relatório da auditoria, realizado pela consultora EY, às contas do banco público, à presidente da comissão parlamentar de economia e finanças, Teresa Leal Coelho.
  • Foto: Cristina Bernardo
1 Fevereiro 2019, 14h36

O presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Paulo Macedo, entregou ao início da tarde, no Parlamento, a versão final do relatório da auditoria realizada pela consultora EY, que analisou a gestão do banco público entre 2000 e 2015.

Paulo Macedo entregou em mão o polémico relatório à presidente da comissão parlamentar de economia e finanças (COFMA), Teresa Leal Coelho.

O relatório da auditora EY aos créditos problemáticos do banco público vai ser entregue truncado, isto é, expurgado de informação sigilosa que esteja protegida por sigilo bancário.

A comissão parlamentar do orçamento e finanças já tinha pedido anteriormente à CGD o relatório de auditoria aos créditos problemáticos do banco público. Mas o pedido foi rejeitado pela administração da Caixa invocando sigilo bancário e segredo de justiça.

Após parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) a não se opor ao envio do relatório de auditoria da EY à COFMA, o banco liderado por Paulo Macedo decidiu enviar este documento para o Parlamento. Só que o relatório vai chegar truncado ao Parlamento, isto é, sem conter informações sigilosas ou sensíveis, que estejam sob segredo bancário.

O CDS entregou na quarta-feira um requerimento a exigir a “constituição imediata e obrigatória” de uma comissão parlamentar de inquérito à recapitalização da Caixa Geral de Depósitos e à gestão do banco de capitais públicos.

A nova comissão de parlamentar de inquérito (CPI) pretende, nos próximos quatro meses, além de averiguar a eventual interferência política nos processos de decisão do banco, a comissão vai ainda apurar as práticas da gestão da CGD relativas à concessão e gestão de crédito e de outras modalidades de financiamento desde o ano 2000 pelo Banco de Portugal. A CPI pretende escrutinar as posições de crédito e exposições financeiras de maior valor e/ou com maiores montantes em incumprimento. E propõe-se também a apreciar a atuação de todos os órgãos societários, bem como dos diretores, dos auditores externos, dos governos e supervisores financeiros.

A CPI quer ainda avaliar o impacto das práticas de crédito na recapitalização da CGD, que ascendeu a 1.650 mil milhões de euros em julho de 2012. A CPI vai também averiguar as contradições entre as declarações proferidas publicamente e aquilo que consta do relatório da consultora EY.

Recorde-se que, entre os vários partidos, CDS, Bloco de Esquerda, PSD e PS já se mostraram favoráveis à realização de uma comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos, devido à concessão de créditos problemáticos.

(atualizada às14h46) 

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