O incêndio que lavra na ilha da Madeira há oito dias registava até às 12:00 de hoje 4.937,6 hectares de área ardida, de acordo com dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (Copernicus).
A atualização da área ardida foi divulgada pela agência europeia ao início da noite de hoje e reporta-se aos dados recolhidos até cerca das 12:00.
Os dados divulgados na terça-feira por aquela entidade, relativos à situação até às 12:00 desse dia, indicavam que tinham ardido perto de 4.393 hectares.
Também na terça-feira, em declarações à Lusa, o presidente do Serviço Regional de Proteção Civil (SRPC), António Nunes, questionado sobre os números avançados na segunda-feira pelo secretário regional da tutela – que apontavam para sete mil hectares ardidos – explicou que a “confusão deriva de uma avaliação feita pelos limites externos da área ardida”.
No interior dessa área, referiu, “existem muitas bolhas de vegetação que não arderam”.
O incêndio rural na ilha da Madeira deflagrou há uma semana, em 14 de agosto, nas serras do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e, através do Pico Ruivo, Santana.
De acordo com um balanço feito hoje pelo presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, pelas 19:00, o fogo mantém duas frentes ativas e evoluiu para a cordilheira central da ilha.
“O fogo evoluiu do Pico do Cardo, zona alta do Curral [das Freiras], para a cordilheira central. Isso significa que temos uma frente do Pico das Torres, numa zona de muito difícil acesso, e temos uma outra frente no Pico Ruivo [no concelho de Santana]”, afirmou Miguel Albuquerque, em conferência de imprensa, no Funchal.
O presidente do Governo Regional explicou que nesta altura o objetivo “é conter a evolução descendente do fogo para o Curral das Freiras”, no concelho de Câmara de Lobos, onde se fez “uma faixa de contenção, e também evitar que o fogo evolua de forma lateral para o Pico do Areeiro”.
Em relação à frente do Pico Ruivo (o ponto mais alto da ilha), o governante acrescentou que estão a ser efetuadas faixas de contenção das chamas e que está a ser concentrada uma força de combate “na base da cordilheira, no sentido de evitar que essa frente avance em sentido descendente para o Vale da Fajã da Nogueira”, onde se localiza uma central hidroelétrica, uma “infraestrutura fundamental”.
Miguel Albuquerque adiantou que no “teatro de operações” estão cerca de 140 operacionais, apoiados por 30 veículos, e que o helicóptero da região afeto ao combate aos incêndios continua a operar. O meio aéreo já fez “cerca de 170 descargas” desde o início do fogo e realizou “mais de 35 horas de voo”.
Nestes oito dias, as autoridades deram indicação a perto de 200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e disponibilizaram equipamentos públicos de acolhimento, mas muitos moradores já regressaram, à exceção da Fajã das Galinhas, em Câmara de Lobos.
O combate às chamas tem sido dificultado pelo vento, agora mais reduzido, e pelas temperaturas elevadas, mas não há registo de destruição de casas e infraestruturas essenciais.
Alguns bombeiros receberam assistência por exaustão ou ferimentos ligeiros, não havendo mais feridos.
A Polícia Judiciária está a investigar as causas do incêndio, mas o presidente do executivo madeirense, Miguel Albuquerque, já disse tratar-se de fogo posto.
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