A CDU criticou a postura negligente do Governo Regional da Madeira e da Proteção Civil na gestão do incêndio que começou a deflagrar na Região Autónoma a 14 de agosto.
“Toda esta catástrofe tem como causa mais direta o facto de o Governo Regional e a Proteção Civil, desde logo, na Serra de Água a 14 de agosto, não terem mobilizado os adequados meios de intervenção para combater o fogo que ali tinha deflagrado. Depois, somaram-se inércias e erros crassos no combate aos incêndios e na postura negligente no acompanhamento do problema, que ganhou dimensão política nacional”, disse a força partidária.
“Depois dos últimos incêndios que devastaram este património natural, os governantes não tomaram as necessárias medidas para prevenção de fatores de risco, nada fizeram para a redução de riscos. Apesar dos estudos técnicos e recomendações urgentes para a prevenção de fogos florestais na Ilha da Madeira, ao longo dos últimos anos, os governantes foram negligentes e não tomaram medidas necessárias para a defesa do interesse público”, disse o partido.
Face a isto, a CDU diz que os atuais incêndios e a destruição do património natural da Madeira “têm mão” de governantes.
“Os incêndios de agora são inseparáveis de uma longa década de irresponsabilidades. Os incêndios deste ano são o culminar de acumulados erros na gestão da floresta e de multiplicadas negligências no ordenamento do território por parte do Governo Regional, apoiado pelo PSD/CDS-PP e pelos outros partidos que perpetuam este regime nesta Região Autónoma”, disse a força partidária.
A CDU diz ser necessário aprovar-se medidas “coerentes, articuladas e capazes de resposta”.
A força partidária considera como urgente: “Requerer apoios extraordinários da União Europeia, para além do já acionado Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia, concorrendo a outros mecanismos disponíveis, designadamente ao nível do Fundo de Solidariedade da União Europeia (FSUE); Aprovar medidas de estabilização de emergência de solos em todos as zonas de incêndios e garantir meios públicos com esse objetivo; Garantir a reposição de rendimentos perdidos para prejuízos na área da agricultura, no âmbito de uma programação extraordinária para a defesa e valorização da produção agrícola e pecuária; Promover a reposição da capacidade produtiva, de estabilização dos solos agrícolas das áreas ardidas; Incentivar à recuperação de infraestruturas destruídas ou danificadas e de restabelecimento de habitats e dos ecossistemas; Aprovar medidas de intervenção para o repovoamento florestal e para o restabelecimento e proteção do património natural perdido; Travar a expansão do eucalipto, no quadro de um programa emergencial para combater as espécies exóticas e infestantes”.
A CDU também considera urgente: “Promover e apoiar a plantação de espécies florestais autóctones; Reforçar o investimento público para o ordenamento, o cadastro e a gestão florestal como condição prioritária de um outro e adequado ordenamento florestal; Aumentar os orçamentos para apoio às Áreas Protegidas, na salvaguarda da fauna e flora selvagens, que tendem a desaparecer; Aprovar um plano de atuação para Limpeza das Bermas e Faixas de Gestão de Combustível nas Estradas Regionais; Reforçar o dispositivo permanente de meios aéreos e criação da capacidade de coordenação aérea especializada, com sistemas de monitorização em tempo real, com recurso à captação de imagens dos teatros de operações; Desenvolver novos projetos e atividades de Investigação Científica e Tecnológica ligadas à prevenção e combate de incêndios florestais; Construir legislação regional de Apoio às Vítimas dos incêndios florestais”.
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