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Madeira: Líder regional do PS acusa antigo presidente de prejudicar partido ao defender eleições internas

Com novas eleições regionais no horizonte, a necessidade de uma clarificação interna, que parecia limitada ao PSD Madeira, atinge agora o PS local. Antigo líder socialista na região defende eleições internas mas Paulo Cafôfo recusa essa pretensão e diz que o opositor quer prejudicar o partido.
10 Janeiro 2025, 09h00

O líder do PS Madeira, Paulo Cafôfo, acusou o antigo líder dos socialistas madeirenses, Carlos Pereira, de estar a prejudicar a força partidária, quando propõe primárias e se mostra disponível para apresentar uma candidatura à liderança.

“Eu não me vou desviar nem um milímetro daquilo que é o meu objetivo, pelo qual estou mandatado, de provocar e conseguir a mudança política na região. Se há militantes do PS que não querem, essa responsabilidade será deles, porque, neste momento, Carlos Pereira prejudica o PS, mas prejudica a região, obviamente”, afirmou.

Paulo Cafôfo, falava aos jornalistas após uma reunião com a Associação Industrial de Táxi da Região Autónoma (AITRAM), no Funchal, reagindo reagia à notícia divulgada pelo Diário de Notícias da Madeira (DN Madeira), dando conta de que Carlos Pereira defende a realização de eleições primárias no partido.

O antigo presidente da estrutura regional do PS e atual deputado na Assembleia da República, eleito pelo círculo de Lisboa, considera que o facto de não ser possível realizar eleições regionais antecipadas a 9 de março, como pretendia a maioria dos partidos com assento no parlamento madeirense, abre uma margem temporal suficiente para avançar com eleições internas.

O Governo Regional minoritário do PSD foi derrubado a 17 de dezembro de 2024 com a aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega, que a justificou com as investigações judiciais que envolvem Miguel Albuquerque e quatro secretários regionais, todos constituídos arguidos.

A aprovação da moção de censura, inédita na Região Autónoma da Madeira, implicou, segundo o respetivo o Estatuto Político-Administrativo, a demissão do Governo Regional, constituído a 6 de junho, que permanecerá em funções até à posse do novo executivo.

Na terça-feira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ouviu os sete partidos representados no parlamento regional – PSD, PS, JPP, Chega, CDS-PP, IL e PAN – e convocou o Conselho de Estado para o dia 17 de janeiro, pelas 15h00, para analisar a crise política na Madeira e decidir sobre a eventual marcação de eleições antecipadas.

De acordo com o DN Madeira, o antigo líder do PS na região considera, por isso, haver margem para avançar com eleições internas, considerando ser necessário criar uma alternativa dentro do partido, o maior da oposição madeirense, com 11 deputados no parlamento regional.

“As divergências nos partidos são normais e esta questão do Carlos Pereira não é nenhuma novidade”, disse Paulo Cafôfo, sublinhando, no entanto, que o objetivo do antigo líder é que a escolha do candidato do PS a presidente do Governo Regional seja feita por “outras pessoas” e não pelos militantes.

Paulo Cafôfo, que foi reeleito presidente do PS Madeira a 2 de dezembro de 2023, salientou, por outro lado, que os estatutos do partido não preveem a realização de eleições primárias e criticou Carlos Pereira por não ter tido a “coragem” de o defrontar nas últimas eleições internas.

“É preciso, aqui, dizer quem manda no PS são os militantes do PS”, afirmou.

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