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Madeira: SESARAM critica visita do Sindicato dos Enfermeiros da Madeira a Serviço de Urgência

“Todas as visitas realizadas a unidades de saúde devem obedecer a regras de respeito de privacidade dos utentes e respetivos profissionais de saúde. Sendo o SERAM um defensor de um dos maiores motores do Serviço de Saúde, os enfermeiros, vem este Serviço Regional relembrar a necessidade de respeitar a privacidade de dados e pessoas, procedendo ao tratamento de todos de forma lícita e leal”, disse o SESARAM.
20 Janeiro 2025, 17h51

O Serviço Regional de Saúde da Região Autónoma da Madeira (SESARAM) “lamentou e condenou” o comportamento do Sindicato do Enfermeiros da RAM (SERAM), após a realização de uma visita ao Serviço de Urgência, “sem a devida autorização”, por esta estrutura sindical. O mesmo organismo já tinha criticado a postura do PS quando a força partidária tinha denunciado que o SESARAM recusou o pedido de visita do PS ao Serviço de Urgência.

O serviço de Saúde considera urgente esclarecer as “especificidades, restrições e a missão” do Serviço de Urgência do Hospital Dr. Nélio Mendonça.

“Todas as visitas realizadas a unidades de saúde devem obedecer a regras de respeito de privacidade dos utentes e respetivos profissionais de saúde. Sendo o SERAM um defensor de um dos maiores motores do Serviço de Saúde, os enfermeiros, vem este Serviço Regional relembrar a necessidade de respeitar a privacidade de dados e pessoas, procedendo ao tratamento de todos de forma lícita e leal”, disse o SESARAM.
O SESARAM disse que foi com “indignação que recebeu no dia da visita (14 de janeiro), “uma informação a dar conta da intenção do SERAM visitar serviços hospitalares e centros de saúde, sem nunca mencionar a intenção de visitar” o Serviço de Urgência.
“Inclusive temos a reportar que a visita do SERAM causou alguns constrangimentos no Serviço de Urgência, pois alguns utentes aguardaram que a reunião do sindicato com os enfermeiros fosse dada como concluída”, denunciou o serviço de Saúde da Região.
“Reconhecemos a legitimidade do SERAM em promover todo o tipo de encontro com os profissionais de enfermagem, mas reforçamos a importância de o informar com alguma antecedência e sem perturbar o normal funcionamento dos serviços”, reforçou o serviço de Saúde.
O SESARAM reforçou a necessidade de se “respeitar todos os profissionais, que se dedicam a cuidar e recuperar utentes”, defendendo que a postura do SERAM em “nada coaduna com as ideologias apregoadas” por este Sindicato.
“A atuação correta e legal é essencial para a manutenção da confiança pública e para garantir que todas as ações, sejam realizadas de forma justa e imparcial”, disse o serviço de Saúde da Região.
“Nesta senda, importa ainda esclarecer, que o SESARAM já recebeu visitas de vários deputados e grupos parlamentares, a vários Serviços e Unidades de Saúde, mas, em tempo algum, foram realizadas visitas ao Serviço de Urgência. O SESARAM repudia a atitude deste Sindicato e lembra que a sua atuação está assente no diálogo e na cooperação. Esta será sempre a postura do Serviço Regional de Saúde”, realçou o serviço de Saúde da Região.

SESARAM critica postura do PS

O SESARAM já tinha “censurado” a atitude do PS, aquando da recusa de uma visita, pedida pelo mesmo, ao Serviço de Urgência do Hospital Dr. Nélio Mendonça.
“Todas as visitas realizadas a unidades de saúde devem obedecer a regras de respeito de privacidade dos utentes e respetivos profissionais de saúde. Deve haver respeito pelo direito à privacidade de dados e da vida privada, procedendo ao tratamento de todos os dados de forma lícita e leal, e para a finalidade a que se destinam”, voltou a esclarecer o SESARAM.
Recorde-se que o PS criticou a direção do SESARAM por ter recusado uma visita requerida pelo Grupo Parlamentar dos socialistas madeirenses, seguida de reunião com a respetiva direção, e acusou o Governo Regional de com esta postura querer “esconder o caos nas urgências” e no sector da Saúde, referindo que a recusa é uma violação da Constituição, sublinhando que o SESARAM, enquanto entidade pública, “deve submeter-se à fiscalização da Assembleia Legislativa”, através dos seus deputados.
“A dignidade dos profissionais de saúde e dos utentes não pode ser palco para oportunismos políticos. A narrativa explorada constitui uma afronta direta aos profissionais de saúde que, diariamente, dão o melhor de si em condições extremamente desafiadoras,  Os hospitais, e em particular os Serviços Urgência, são espaços dedicados ao cuidado, à privacidade e à recuperação de doentes. Restrições de acesso, que neste momento se aplicam a familiares e visitantes, não são arbitrárias, mas sim necessárias para proteger a dignidade, segurança e privacidade dos utentes”, disse o SESARAM sobre a postura do PS.
O SESARAM acrescentou que oferecer exceções aos partidos políticos seria um “ato irrefletido e de profundo desrespeito” tanto para os doentes como para as suas famílias.
“A tentativa de impor uma visita política ao Serviço de Urgência revela uma postura insensível e quase necrófaga, explorando o sofrimento alheio para ganhos mediáticos. Ser profissional de saúde é um compromisso diário, são 24 horas por dia, a cuidar das vidas que lhes são confiadas. Colocar em causa esse trabalho através de insinuações infundadas, ou tentar desviar o foco para interesses pessoais ou partidários, é uma afronta ao esforço coletivo destes heróis anónimos. Se as intenções fossem verdadeiramente de melhoria, não precisariam de câmaras, títulos em diários ou acessos privilegiados”, sustentou o SESARAM.
O serviço de Saúde acrescentou que a política de qualidade faz-se com “ações concretas para apoiar  o sistema de saúde, não com manobras para palco, que só agravam tensões e desconfiança” entre a população.
“Pedimos que reflitam sobre o verdadeiro valor do trabalho dos profissionais de saúde da Urgência. Não permitamos que o esforço e o sacrifício destes homens e mulheres sejam manchados. Respeitemos o trabalho que ali se realiza, em nome da dignidade”, referiu o SESARAM.
O serviço de saúde considerou “inadmissível” que o sofrimento dos utentes e as dificuldades que decorrem de um contexto excecional, sejam “transformados em ferramentas de manipulação” para ganhos políticos. “Mais grave ainda, é o uso de discursos que, sob a máscara de preocupação com a saúde, na realidade servem para distorcer e desrespeitar o trabalho árduo e incansável dos profissionais de saúde”, disse o SESARAM.
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