Sem deixar de atender às dificuldades do presente, o Reitor da Universidade de Coimbra foca a atenção no futuro. “Temos que perceber o que está a acontecer e o que pode acontecer a seguir a esta crise”, afirmou Amílcar Falcão no arranque do concurso de financiamento de projetos de investigação interdisciplinar para a era pós-pandemia. As Bolsas Semente de Investigação, lançadas em parceria com o Santander Universidades, foi uma das armas usadas no combate à pandemia e suas consequências pela Universidade de Coimbra, que, no elenco das prioridades, colocou as suas cinco áreas estratégicas: Saúde; Clima, Energia e Mobilidade; Recursos naturais, Agroalimentar e Ambiente; Digital, Indústria e Espaço; e Património, Cultura e Sociedade inclusiva. “Com apoios de 20 mil euros por projeto, para que no day after consigamos ter preparados projetos que respondam às necessidades da sociedade”, explicou o reitor, em junho.
Mal eclodiu a crise em Portugal, provocada pelo novo coronavírus originário de Wuhan, na China, a reação foi imediata. O Santander abriu os cordões à bolsa e as Instituições de Ensino Superior parceiras começaram a disponibilizar apoio a estudantes e famílias. Os alunos que se encontravam em situação de emergência económica foram colocados no topo das prioridades e foi mobilizada uma verba inicial de 1,5 milhões de euros, que acabou por ser em muito ultrapassada.
A resposta à pandemia incluiu medidas como a aquisição de computadores e equipamento informático, permitindo que alunos pudessem ter acesso ao ensino a distância e que funcionários das instituições recorressem ao teletrabalho. Com as aulas presenciais suspensas desde o início de março e a crise sanitária a agravar-se, a academia ‘reconverteu-se’, adaptando laboratórios à produção de testes e utilizando impressoras 3D para a produção de equipamento de proteção para o pessoal de saúde que à época rareavam no mercado. As verbas do Santander ajudaram a intensificar o combate à Covid-19 por essa via, contribuindo, de igual modo, para outras iniciativas levadas a cabo pelas IES, como a disponibilização de infraestruturas para hospitais de campanha, acolhimento de doentes e alojamento para funcionários de saúde em residências universitárias.
O banco criou adicionalmente um fundo, cujas verbas foram imediatamente libertadas, para acelerar projetos de impacto social desenvolvidos por voluntários universitários. O Prémio Santander UNI.COVID, recebeu 340 candidaturas e distinguiu 14 ideias ou iniciativas.
DAS PROPINAS AO ALOJAMENTO
A resposta do Santander à Covid, apresentada no início de abril, incluía a atribuição, a partir de setembro, de 1.000 Bolsas de Apoio Social. Mas dava margem a cada universidade e politécnico para adotar medidas, tendo em conta as necessidades mais importantes das cidades onde estão inseridas.
As Bolsas Semente de Investigação da Universidade de Coimbra são apenas um exemplo em muitos da forma como as 50 parceiras do Santander Universidades decidiram fazer uso das verbas, neste ano disruptivo. Outra parceira, a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, anunciava em finais de agosto, a segunda fase de um programa especial para estudantes de licenciatura e mestrado em situação de fragilidade económica em consequência da situação epidemiológica, cujas verbas permitiam aos alunos pagar propinas em dívida.
Em outubro teve início o ano letivo 2020/21. Com máscara obrigatória e distanciamento social como requisito, as aulas presenciais arrancam agora para o segundo período. A encerrar a última página do calendário de 2020, a Universidade de Coimbra lançou uma nova call para o Apoio Social Pontual. Este apoio suplementar, em forma de prestação única, atribuído a fundo perdido, pode ser usado para comprar comida, pagar a renda de casa, ou custear despesas de saúde. Em suma, responder a uma emergência prioritária. Na mais antiga universidade do país, cerca de dois terços do total de 25 mil alunos são deslocados. Não por acaso, estar deslocado, possuindo, em período letivo, uma morada diferente da do domicílio familiar constituía condição indispensável para aceder ao Apoio Social Pontual Santander-UC, cuja candidatura encerrou a 31 de dezembro.
Era importante “ir além das obrigações do dia a dia” e do estatuto de “banco responsável”, afirmou Pedro Castro Almeida, presidente executivo do Santander Portugal, na sessão evocativa do Dia Internacional do Voluntariado, que em 2020 teve formato digital devido à pandemia. O gestor revelou que, ao abrigo do programa de emergência, ainda em abril, o banco desbloqueou cerca de metade das verbas do Mecenato para as instituições de ensino superior apoiarem projetos, o que se traduziu na disponibilização de cerca de 2,2 milhões de euros. “No nosso foco estavam claramente as pessoas”, salientou Pedro Castro Almeida.
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