Mais de uma em cada duas empresas está pessimista quanto ao futuro próximo, uma vez que antevê uma quebra do volume de vendas no primeiro trimestre deste ano face a igual período do ano passado.
De acordo com o inquérito “Sinais Vitais | Expectativas face um futuro próximo”, realizado em parceria pela CIP — Confederação Empresarial de Portugal e o Marketing Future CastLab do ISCTE, que foi divulgado esta segunda-feira, entre 735 empresas inquiridas, 51% antecipam que vão faturar menos nos primeiros três meses deste ano face ao primeiro trimestre de 2020. Um terço das empresas (33%) acredita que vai manter o mesmo volume de faturação, enquanto 16% está mais otimista em relação ao curto-prazo, antevendo um aumento das vendas.
Destaque para o facto de 60% das micro empresas inquiridas, que representaram 45% da amostra total, e de 48% das pequenas empresas, que corresponderam a 32% da amostra, antecipam uma quebra da faturação no primeiro trimestre deste, em termos homólogos.
Ainda assim, e como este inquérito não abrangeu ainda o novo confinamento geral, o pessimismo em relação a este indicador deverá tornar-se “mais acentuado” no próximo inquérito da CIP/ISCTE, que já vai abarcar a novo confinamento, segundo explicou Rafael Campos Pereira, vice-presidente da CIP.
De resto, o inquérito conclui que mais de metade das empresas já registara uma quebra nas encomendas em carteira entre 1 de janeiro deste ano e 1 de janeiro do ano passado.
Retirando-se do universo das empresas que consideram que este indicador — encomendas em carteira — não se lhes aplica, 55% das companhias já registaram uma diminuição do volume de vendas em carteira que, em média, foi de 40%. Apenas 11% das empresas registou um aumento das encomendas, em média, de 26%.
“Empresas estão a fazer um esforço patriótico”
O inquérito da CIP/ISCTE abordou ainda a expectativa das empresas sobre a manutenção dos postos de trabalho no primeiro trimestre do ano e mais de oito em dez das companhias antecipa manter ou reforçar o quadro de pessoal.
“É um esforço patriótico”, sublinhou o vice-presidente da CIP, frisando que a “economia só pode crescer se as empresas crescerem e puderem ser apoiadas”.
De resto, este esforço das empresas em manter ou reforçar o quadro de pessoal — 18% sinalizou que antecipa reduzir o número de trabalhadores —, é visto pela confederação patronal como uma resposta positiva do tecido empresarial português face à crise económica provocada pela Covid-19.
“A crise só não é incomensuravelmente maior porque as empresas estão a fazer um grandes esforço para fazer face às suas responsabilidades”, financeiras e sociais, afirmou Rafael Campos Pereira.
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