“Mais Habitação” está a “aterrorizar” os senhorios, acusa Associação Lisbonense de Proprietários (com áudio)

A apresentação do pacote “Mais Habitação” do Governo está a provocar alterações no mercado de arrendamento no distrito de Lisboa e de acordo com um barómetro da Associação Lisbonense de Proprietários (ALP) divulgado esta sexta-feira, dois em cada dez proprietários venderam os imóveis que estavam arrendados desde que as medidas do Executivo para o mercado imobiliário foram tornadas públicas.

A sétima edição do barómetro “Confiança dos Proprietários”, que reuniu de acordo com a ALP um recorde de participação (quase 800 respostas de proprietários), permite aferir ainda que 20% dos inquiridos fizeram aumentos extraordinários de renda, “para compensar o risco associado à instabilidade política e legislativa provocada pelo “terramoto” do pacote “Mais Habitação””.

“Se a intenção era ganhar a confiança dos proprietários dos imóveis, então o Governo falhou: 85% dos respondentes deste estudo da ALP afirmam que a sua confiança foi afetada pela apresentação e aprovação do pacote “Mais Habitação””, explica a ALP que considera que estas medidas conseguiram “aterrorizar” os senhorios.

Explica os proprietários de imóveis da capital portuguesa que “o medo está patente nas respostas concedidas ao Barómetro da ALP, com os proprietários a mobilizarem-se na defesa dos seus interesses: consultando advogados e outros especialistas (31% dos respondentes), assinando petições (37,3% dos inquiridos), aderindo a grupos de discussão de redes sociais (29,5% das respostas), participando em manifestações (20% dos inquiridos) e aderindo a associações de defesa dos direitos dos proprietários (16% das respostas)”.

A ALP acusa o Governo de provocar uma “quebra irremediável da confiança dos proprietários nas instituições e no Estado”. Para os proprietários, a maior prova dessa quebra de confiança está nas respostas à possibilidade dos proprietários de celebrar contratos de arrendamento de média ou longa duração (no mínimo cinco anos) de forma a usufruir de um enquadramento fiscal de IRS mais favorável: “60,6% rejeitam essa possibilidade, alegando que “o Governo pode mudar as regras a qualquer momento”. Apenas uma fatia de 7,4% de respondentes responde afirmativamente”.