Marcelo pede à Rússia para “cessar agressão” à Ucrânia

O Presidente da República marcou hoje presença na Cimeira da Crimeia, em Kiev, e ao falar aos jornalistas revelou que durante o encontro soaram as sirenes na cidade, mas afirmou que “não havia razão para medo”.

Marcelo de visita à Ucrânia. Parlamento autorizou

Marcelo Rebelo de Sousa fez uma pequena súmula sobre o encontro, afirmando que primeiramente “recordei a posição portuguesa quanto à Crimeia, sempre a mesma, não aceitar ocupação e portanto a violação daquilo que é a soberania ucraniana sobre a Crimeia”. Numa segunda parte do discurso, Marcelo salientou que não “faz sentido separar a questão da Crimeia da questão genérica da invasão russa na Ucrânia, para os ucranianos isso até é apresentado de outra maneira, dizem que a invasão começou em 2014”.

Durante o discurso, o Presidente português foi em linha com o que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tinha dito, “estão em causa valores e princípios de direito internacional, mas que têm rostos, têm caras, tem a haver com pessoas concretas de carne e osso, e o presidente salientou esse aspeto”. Por último, Marcelo fala do ponto em que Zelensky se mostrou mais preocupado, “o desenvolvimento económico e social, desde já, com o que tem havido ao longo destes anos de atrasos económicos e sociais relativamente ao que deveria ter existido”, e ai citou exemplos da sociedade civil, de atividades económicas que “têm estado presentes relativamente à Ucrânia como um todo e que não estão presentes, e que deveriam estar, na Crimeia”.

Marcelo defende que “o agressor deve cessar a sua agressão, e cessar não é apenas não atacar mais no futuro é retirar ocupação de territórios ocupados”.

O Presidente português revela ainda que existe interesse em trazer o presidente Zelensky a Portugal, “nós gostaríamos muito que o presidente tivesse uma ocasião para isso, há vários momentos que se possa falar de uma hipotética vinda de Zelensky a Portugal, mas já se sabe que o presidente tem uma agenda muito ocupada”.

Marcelo teve o “prazer” de se sentar ao lado do presidente Zelensky durante o encontro, tendo pedido ajuda ao presidente para um percalço tecnológico, tendo revelado aos jornalistas que “Zelensky tem uma capacidade intelectual única”.