O ex-presidente da Comissão Executiva da Global Media Group (GMG), Marco Galinha, assumiu que não voltou a entrar no edifício das Torres de Lisboa desde que vendeu a sua posição ao fundo World Opportunity Fund (WOF).
“Não voltei a entrar na GMG desde que vendi”, disse Marco Galinha na audição parlamentar desta manhã. De relembrar que Marco Galinha deixou a presidência executiva da Global Media em novembro do ano passado, com o grupo a passar, desde então, a ter uma nova liderança.
O acionista admitiu ainda que foi o responsável pela recuperação do espólio do grupo de media. “O espólio estava numa garagem nas Torres [de Lisboa]. Estava a levar com fumo dos automóveis e nunca vi ninguém preocupado com isso. O Grupo BEL providenciou um armazém seguro para guardar o espólio, mas foi tudo noticiado ao contrário pela comunicação social”.
“Isto levou-me a pensar muito no futuro. Tudo que o eu fazia, saía sempre ao contrário nos jornais”, apontou o empresário.
Marco Galinha admitiu ainda que, perante as últimas notícias do não pagamento dos salários e subsídios relativos a dezembro, “não é aceitável não pagar salários e subsídios”, sendo que todos os trabalhadores se encontram em funções.
Questionado sobre a situação financeira do grupo, o acionista assegurou que esta “não pode ser assim tão má”. “Havia grandes propostas de compra do GMG. Só eu recebi quatro propostas”, atirou.
Sobre uma resposta do fundo detentor da maioria do capital, Galinha acredita “numa solução positiva” para o futuro do grupo, sendo que todos os trabalhadores estão à espera “de uma resposta urgente”, tendo já sido entregue toda a documentação.
Todos os valores do grupo eram “do conhecimento do fundo”. “O primeiro contacto do fundo foi em outubro de 2022. Tenho mais de 700 ou 800 comunicações desde então. Venda foi uma coisa séria e muito trabalhada”. Por isso mesmo, adianta que houve “várias razões a motivar a venda ao fundo”, acrescentando que entrou no grupo de media com uma missão.
Marco Galinha aproveitou ainda o seu espaço de resposta perante os deputados para criticar a falta de investimento no jornalismo. “Muitas zonas do país não vendem jornais. Os jornais não chegam a todo o país, mas há dinheiro para outras coisas. Não há dinheiro para os media, mas há dinheiro para federações”, criticou.
Ainda sobre a sua entrada no grupo, o ex-presidente da Comissão Executiva disse que foi ver relatórios dos últimos dez anos. “Atingia os 250 milhões de euros em prejuízos acumulados. Ou queria estar nos grandes devedores ou fazia mudanças. A GMG teve de ajustar-se, ao mais alto nível, e cortámos ao mínimo nos jornalistas, mas reduzimos funcionários e administrações”.
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com