A legislação laboral deve ser mais flexível e adaptar-se a quem quer continuar continuar a trabalhar. Esta foi uma ideias deixadas por Maria da Glória Ribeiro, managing diretor e co-fundadora da Amrop, uma das principais empresas globais de recrutamento de executivos e consultoria em liderança.
Esta profissional, que dinamiza todos os meses o podcast “Puxar pela Cabeça”, publicado mensalmente pelo JE, integrou o o painel intitulado ‘Demografia, negócios familiares e conspiração grisalha’, inserido na conferência “Zona de Impacto”, organizada pelo Jornal Económico, em parceria com o Novobanco, esta quinta-feira.
Para estabelecer termos de comparação, Maria da Glória Ribeiro recorda que quando começou, no início dos anos 90, existia um foco muito acentuado em vários itens, sobretudo no factor “idade”. “Agora, e cada vez mais, colocamos pessoas em funções de responsabilidade com mais de 60 anos. A pergunta que se faz é: quanto tempo é que ainda quer trabalhar? Os melhores respondem: o tempo que conseguir”.
No entanto, o reverso deste cenário também acontece, destaca esta profissional de recrutamento: “A partir de determinada altura, e no contexto empresarial, as pessoas encostam-se com a desculpa da idade”.
De acordo com Maria da Glória Ribeiro, as empresas cada vez mais aceitam profissionais que tenham mais disponibilidade na vida ativa e cuja disponibilidade seja inferior a dez anos. Mas isso é algo que não acontece em todos os setores: “Nas tecnológicas não existe essa abertura. Apesar disso, acredito que todos são capazes desde que não estejam entediados e desmotivados”.
Perspetivando o futuro neste domínio, a fundadora da Amrop acredita que “não haverá uma idade de reforma” e que as pessoas irão reformar-se “quando quiserem”: “Há diretivas europeias que dizem que o empregador não pode discriminar vários fatores, inclusive a idade”.
A finalizar e relativamente a Portugal, esta profissional acredita que “estamos a caminhar para uma situação em que a idade importa cada vez menos na contratação e que esse factor tem cada vez menos importância”. Assim, e no entender de Maria da Glória Ribeiro, “a legislação laboral tem que ser mais flexível e adequar-se à vontade das pessoas de continuar a trabalhar. Temos que nos reinventar e fazer várias reformas ao longo da vida”.
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