Mariana Vieira da Silva, a ainda ministra da Presidência, defendeu esta segunda-feira em entrevista à SIC Notícias que dificilmente a quinta tranche do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) podia ser recebida mais cedo mas ainda assim, realçou que não se pode achar que as crises políticas não têm consequências.
Nesta entrevista, a governante frisou que até ao momento deste Plano de Recuperação e Resiliência não houve nenhum cheque recebido durante o mês de março e abril.
As declarações da ainda governante surgiram como reação às consideração do comentador Luís Marques Mendes que falou sobre atrasos no recebimento das verbas do PRR. “É um facto tão óbvio, tão óbvio, que não pode ser desmentido”, disse o antigo presidente do PSD sobre o atraso no PRR, que apelidou de “negligência séria”.
Segundo a governante “o contexto político de estar em gestão tem os limites constitucionais, tem a ver com a forma como o Presidente da República olha para o PRR e depois tem a ver com as condições políticas para um Governo que está de saída apresentar e aprovar em versão final uma reforma desta dimensão”.
“Em nenhum momento deste PRR houve nenhum cheque recebido durante o mês de março e abril. Isto é um trabalho continuado, tipicamente o que acontece é que fim do mês de dezembro começa-se a recolher as evidências das 42 metas, muitas das 42 metas que tínhamos para cumprir já estão do lado de lá da comissão e depois inicia-se o processo de discussão com a comissão e faz-se o pedido de pagamento. Não há atraso nenhum significativamente”, sublinhou Mariana Vieira da Silva.
A ministra da Presidência frisou que “desde a primeira hora que explicamos quanto a esta reforma em concreto iriamos deixar os diplomas prontos para o próximo Governo se pronunciar sobre estes porque é o próximo Governo que terá de concretizar a reforma”.
Além disso, afirmou que “este Governo desde o início do PRR esteve duas vezes em gestão num total de oito meses”. “Não podemos achar que as crises políticas não tenham consequências. Já se fala que o Governo podia ter antecipado os diplomas, o Governo não sabia que ia entrar em gestão, não é o fim de um Governo normal”, destacou.
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