O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, diz-se preocupado com a independência da Reserva Federal dos Estados Unidos, alertando que a perda da sua autonomia poderia minar a credibilidade da política, revela a agência “Reuters”.
A indicação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de dois candidatos polémicos ao conselho da Fed e apelos persistentes para cortes nas taxas, fez suar os alarmes da interferência do Governo, desafiando um princípio fundamental do banco central moderno.
“Certamente estou preocupado com a independência do banco central em outros países, especialmente na jurisdição mais importante do mundo”, afirmou o presidente do Banco Central Europeu sobre os EUA.
“Se o banco central não é independente, então as pessoas podem pensar que as decisões da política monetária seguem o conselho político em vez de uma avaliação objetiva das perspetivas económicas”, referiu Mário Draghi em conferência de imprensa.
Os Governos da Turquia, da Índia e dos Estados Unidos pressionaram os seus bancos centrais nos últimos meses, levando a um debate sobre o valor da independência.
“Dentro do (seu) mandato, no entanto, os bancos centrais devem ser deixados livres para escolher qual é a melhor maneira de cumprir o mandato”, afirmou o líder do BCE.
Ainda assim, Mário Draghi argumentou que não vê uma ameaça semelhante à independência do BCE, dadas as garantias legais, e também não acredita que casos de interferência em outros setores bancários venham a colocar em causa a confiança global.
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com