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Mário Ferreira vai investir 20 milhões de euros para ficar com 15% da Cofina, tornando-se no segundo maior acionista

Através da sociedade Pluris Investments, Mário Ferreira compremeteu-se a entrar no aumento de capital da Cofina. O valor do investimento que vai realizar permite torná-lo no segundo maior acionista do grupo liderado por Paulo Fernandes. Com este aumento de capital, da atual estrutura acionista, só Paulo Fernandes reforça a sua posição.
18 Fevereiro 2020, 13h02

Se o aumento de capital que a Cofina está a promover para concretizar a aquisição da Media Capital for subscrito na sua totalidade, perfazendo os 85 milhões de euros necessários, o empresário Mário Ferreira, dono da Pluris Investments, tornar-se-á no segundo maior acionista do grupo liderado por Paulo Fernandes.

Mário Ferreira pretende investir 20 milhões de euros na oferta pública de subscrição (OPS), cujo prospeto foi aprovado na segunda-feira pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), para entrar diretamente na estrutura acionista da Cofina com 15,25% do grupo.

Aquando do anúncio do aumento de capital da Cofina para concretizar a compra da dona da TVI, em 29 de janeiro, o grupo liderado por Paulo Fernandes informou a CMVM que dos 85 milhões de euros necessários, perto de 60 milhões de euros são assegurados pela atual estrtura acionista da Cofina (Promendo Investimentos; Caderno Azul; Actium Capital; Livrefluxo e Valor Autentico) e pela sociedade Pluris Investments do empresário Mário Ferreira.

Os atuais acionistas têm direitos de subscrição. Já a sociedade de Mário Ferreira entrou neste sindicato de investidores comprando direitos de subscrição e novas ações, de acordo com o prospeto da OPS da Cofina.

“A sociedade Pluris Investments, S.A., diretamente controlada por Mário Ferreira, informou o emitente, em 13 de setembro de 2019, em compromisso vinculativo de investir um total máximo de 20 milhões de euros na subscrição de novas ações contanto que as ações a serem subscritas representem um mínimo de 15,25% do capital social e dos direitos de voto do emitente, após liquidação da oferta e do registo comercial do aumento de capital”, lê-se.

O empresário nortenho já adquiriu ações e direitos para subscrever as novas ações aos atuais acionistas. Através da Pluris, Mário Ferreira já investiu quase dois milhões de euros na aquisição de mais de 18 milhões de ações da Cofina, antes do anúncio do aumento de capital.

“A Pluris Investments, S.A. celebrou quatro contratos de compra e venda de direitos de subscrição das novas ações com os acionistas Caderno Azul, S.A., Livrefluxo, S.A., Promendo Investimentos, S.A. e Valor Autêntico, S.A., através dos quais adquiriu um total de 18.044.763 direitos de subscrição das novas ações”, indica o prospeto.

Segundo as projeções da própria Cofina no prospeto do aumento de capital, Mário Ferreira, através, da sociedade Pluris Investments, passará a deter 44.444.444 novas ações da Cofina, tornando-se não só num novo acionista do grupo, mas também no segundo maior acionista da empresa depois do aumento de capital.

Aumento de capital “mexe” no peso dos acionistas. Só Paulo Fernandes sai reforçado
Paulo Fernandes, contudo, permanecerá na frente da dona do Correio da Manhã, reforçando a sua posição com o aumento de capital. Através da Actium Capital, hoje dona de 13,88% da Cofina, Paulo Fernandes também deverá empregar vinte milhões de euros para ficar com 20,13% do grupo.

Este investimento em novas ações da Cofina por parte de Paulo Fernandes não é inocente. Face ao aumento de capital, que levará ao crescimento do número de títulos acionistas da Cofina, os acionistas que não participarem na OPS perderão peso no capital do grupo de media. Segundo as projeções da Cofina contidas no prospeto, por exemplo, quem controlar 1% do capital ficará com uma participação de 0,35%, se não subscrever os novos títulos.

Por isso, os atuais acionistas precisam de investir para poderem manter o seu peso dentro da estrutura acionista da Cofina.

Além de Paulo Fernandes, embora em montantes diferentes, todos os acionistas vão ver as suas posições modificadas. João Borges de Oliveira, via Caderno Azul, comprometeu-se a investir de 8,8 milhões de euros na OPS, passando a sua posição dos atuais 15,01% para 12,01%.

Domingos José Vieira de Matos, por sua vez, investirá 7,5 milhões de euros, para ficar com 10% da Cofina (atualmente detém 12,09%). A Valor Autêntico de Pedro Borges de Oliveira vai empregar quatro milhões para garantir 6,5% da Cofina, quando hoje controla 10,02%.

Já a Promendo Investimentos de Ana Menéres de Mendonça, hoje a maior acionista da Cofina com 19,98%, verá a sua participação reduzida para 10,84%.

Os pequenos acionistas da Cofina, que hoje representam 29,02% do capital do grupo, deverão passar a representar apenas 17,58% do capital concluído aumento de capital. Neste grupo encontra-se a posição de apenas 2% do Santander Asset Management, que assumiu, segundo o prospeto, querer participar na OPS. Contudo, ainda não assumiu nenhum compromisso com o futuro da Cofina.

Abanca passa da Media Capital para a Cofina
O prospeto da OPS da Cofina explica, ainda, como o espanhol Abanca, vai entrar na estrutura acionsita da Cofina. O banco detém 5% da Media Capital (via  Nova Caixa Galiza) e com a aquisição da dona da TVI pela dona do Correio da Manhã, comprometeu-se a reinvestir o montante que vai receber da Cofina no aumento de Capital do grupo liderado por Paulo Fernandes.

A Cofina prevê que o Abanca passe a deter 7,6% do capital do grupo, concluído aumento de capital.

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