Numa intervenção no Parlamento em Bruxelas, Marisa Matias pediu esclarecimentos sobre o que será o futuro do projeto europeu e apontou que a União Europeia está “entalada entre a chantagem dos ditos frugais e a chantagem dos agressores do estado de direito”
“Numa crise sem precedentes precisamos de uma resposta sem precedentes e estamos perante um impasse que em nada ajuda o projeto europeu nem aqueles que estão a sofrer com a crise”, referiu Marisa Matias num vídeo da sua participação no debate, publicado esta quinta-feira, 26 de novembro, no Twitter.
“Neste momento assistimos a uma União Europeia, a um projeto europeu entalado entre a chantagem dos ditos frugais e a chantagem dos agressores do estado de direito e da democracia”, garantiu a candidata presidencial apoiada pelo Bloco de Esquerda.
“Cedência atrás de cedência colocou-nos aqui e a minha pergunta é: até quando? O que é que vai restar do projeto europeu? Se não tivermos uma resposta firme de solidariedade, se continuarmos a aceitar a aceitar a chantagem daqueles que não o querem solidário, se aceitarmos a chantagem daqueles que querem o o Estado de Direito seja apenas uma flor na lapela, o que é que vai restar do Projeto Europeu?”, questionou a eurodeputada.
Para Marisa Matias, é preciso “dar uma resposta a esta crise e precisamos que essa resposta seja em linha daquilo que são as necessidades concretas das pessoas que estão a sofrer”. “Começamos este projeto e a senhora presidente da comissão apresentou esta proposta como sendo livre de condicionalidade. Chegamos ao final deste projeto com total condicionalidade, já sem sequer as metas ambientais a serem cumpridas e ainda por cima com esta chantagem vergonhosa”, completou.
Estamos a viver momentos difíceis e do #OrçamentoEuropeu teima em não sair um acordo. Depois da chantagem dos “frugais” veio a chantagem da #Hungria e da #Polónia. É o projecto europeu a esfumar-se…
#MFF #FundoDeRecuperação #Covid_19 pic.twitter.com/AaARJsBJvG— Marisa Matias (@mmatias_) November 26, 2020
Esta quinta-feira, os primeiros-ministros da Hungria, Viktor Orbán, e da Polónia, Mateusz Morawiecki, confirmaram hoje o veto aos orçamentos europeus, enquanto o pagamento dos fundos comunitários estiver condicionado ao cumprimento do Estado de Direito, segundo a agência “Lusa”.
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