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Marta Temido: Pandemia vai deixar “rasto pesado” na saúde mental

A deputada do PS, Hortense Martins, foi a responsável pela questão da saúde mental, tendo afirmado que este é um assunto “que muitos [portugueses] tentam desvalorizar, mas que é importantíssima”.
10 Fevereiro 2021, 17h01

Abordando o tema da saúde mental, que tem estado em foco, a ministra da Saúde sustentou que a pandemia da Covid-19 irá deixar “um rasto pesado” na saúde mental da população portuguesa, e admitiu que ainda há muito por fazer nesta área em específico.

“Naturalmente, a pandemia deixará um rasto pesado sobre aquilo que é a saúde mental de todos nós, quer em termos estritamente de equilíbrio quer em termos de doença mental mais profunda”, defendeu Marta Temido na Comissão de Saúde, foi ouvida na primeira audição regimental do ano pelos deputados da Assembleia da República, juntamente com o secretário de Estado da Saúde, Diogo Serras Lopes, e o secretário de Estado e Adjunto da Saúde, António Lacerda Sales.

A deputada do PS, Hortense Martins, foi a responsável pela questão da saúde mental, tendo afirmado que este é um assunto “que muitos [portugueses] tentam desvalorizar, mas que é importantíssima”. “Não salvam vidas só com as questões físicas. A saúde mental também é importante para salvar essas mesmas vidas”, defendeu a deputada.

A ministra sustentou que há doentes a aguardar alta médica por falta de condições sociais, o que tem impactado das vagas hospitalares, existindo muito por fazer quando se toca neste assunto. “Muitos deles são situações de inexistência de alternativas na área da saúde mental”, apontando que o Plano de Recuperação e Resiliência terá uma linha específica para a saúde mental.

“Pretendemos concluir a reforma da aplicação do Plano Nacional de Saúde Mental e a reforma daquilo que é o trabalho dos hospitais psiquiátricos integrando-os, desenvolvendo unidades de psiquiatria em hospitais gerais e criando residências assistidas para os doentes que não têm alternativa”, disse Marta Temido na audição no Parlamento.

O bastonário da Ordem dos Psicólogos, Francisco Miranda Rodrigues, já tinha confessado ao Jornal Económico que os impactos psicológicos do novo confinamento que Portugal está a enfrentar “serão cada vez maiores” e que é preciso soluções a curto, médio e longo prazo para que os utentes tenham ferramentas e os serviços necessários. “O reforço de psicólogos nos centros de saúde continua a ser uma questão prioritária e o calcanhar de Aquiles do Serviço Nacional de Saúde”, admitiu na altura ao JE.

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