O embaixador António Martins da Cruz disse esta terça-feira, no âmbito do evento “Doing Business Angola 2024”, que Angola e África estão a sofrer com o aumento da polarização global, com uma nova guerra fria, e o uso da economia e do comércio internacional como armas de guerra. Este é um evento organizado em conjunto pelo JE e Forbes África Lusófona.
“Atravessamos uma fase muito difícil no mundo de hoje. Há mesmo quem diga que estamos numa fase de guerra fria 2.0. Há 55 conflitos/guerras hoje no mundo; há 10 anos havia 31 conflitos. Sofremos todos, e Angola e África também sofrem”, começou por destacar o antigo diplomata.
“Por pressão dos EUA, e por decisão dos países europeus, estamos a impor cada vez mais sanções unilaterais tendo em vista as guerras da Ucrânia e de Gaza. Estamos a transformar cada vez mais a economia numa arma de guerra, o que afeta o comércio internacional”, causando “disrupções na energia, no preço do crude, sujeito a questões geopolíticas, o que afeta o caso de Angola”, disse hoje no evento Doing Business Angola 2024, organizada pelo Jornal Económico, que teve lugar em Lisboa.
“Não encontramos nenhuma solução a curto prazo. As guerras estão a pesar na economia mundial. Infelizmente, entraram na campanha eleitoral americana, não acredito que haja grandes alterações antes do dia 6 de novembro [dia das eleições nos EUA]. É preciso encontrar soluções para encontrar um retorno à normalização do comércio internacional. África sofre ainda mais”, acrescentou durante o painel Outlook: perspetivas económicas Angola 2024.
Analisando o caso de Angola, o embaixador destacou que o país tem um “Governo estável, um orçamento bem estruturado, uma economia conhecida, rating sólido e estável nas agêncis internacionais. Está a fazer esforços para diversificar a sua economia. Está a sofrer com a situação económica mundial causada por estes conflitos”.
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