Durante o mês de agosto a Madeira foi assolada por um incêndio de grandes proporções. O que alegadamente começou devido a um foguete, rapidamente se tornou num cenário dantesco, com o fogo a escalar montanhas e a galgar vales, ardendo uma área superior a 5 mil hectares.
A resposta inicial das autoridades menosprezou aquilo que viria a ser um dos mais graves incêndios da ilha da Madeira. Numa ótica de “deixar arder”, porque o fogo se encontra em sítios inacessíveis por via terrestre, foi garantido pelas autoridades que os meios de combate eram suficientes tendo sido recusada ajuda do continente para o combate ao incêndio. Depois do total descontrolo e da atuação helicóptero ser insuficiente, vieram pela primeira vez 2 aviões bombardeiros pesados “Canadair” pôr fim às frentes ativas de incêndio.
Enquanto a Madeira ardia o presidente do governo regional e o secretário regional da proteção civil passavam férias, a trabalhar para o bronze na ilha do Porto Santo. Miguel Albuquerque demorou 3 dias a vir do Porto Santo à Madeira para se inteirar pessoalmente da situação. Passado um dia voltou novamente para os banhos de sol. Onde é que anda a responsabilidade política?! De “dar o corpo às balas”?! De estar junto do povo numa situação de calamidade?! Já se demitiram ministros por situações menos gravosas.
A soberba é tal que nem aceitou ir ao parlamento regional prestar esclarecimentos sobre o que se passou no incêndio. Assim se vê o respeito que certos governantes têm pelo parlamento.
Além das responsabilidades criminais do incêndio que devem ser devidamente apuradas, existe também uma responsabilidade política da qual se devem tirar consequências.
A Madeira é um destino turístico de natureza, com as famosas levadas, percursos pedestres e a floresta Laurissilva, património da UNESCO. Além dos prejuízos materiais e paisagísticos, importa também refletir sobre os impactos económicos, nomeadamente o impacto no turismo de ter montanhas e serras ardidas. Lá se vai a beleza!
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