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Matos Fernandes: “O mais tardar em 2021, Portugal estará livre de palhinhas e garrafas de plástico”

“É um absurdo que se esteja a fabricar com um material indestrutível um bem que se usa uma só vez. Tudo o que é descartável tem mesmo de abandonar a nossa economia e sociedade no menor número de anos possível”, disse o ministro do Ambiente e da Transição Energética.
Tiago Petinga/Lusa
25 Janeiro 2019, 21h03

João Pedro Matos Fernandes, que falava perante alunos de vários graus de ensino do Colégio Novo da Maia, distrito do Porto, começou por avançar que o projeto ‘tara retornável’ vai ser alargado este ano, para depois avançar que quer Portugal “livre” de descartáveis no espaço de três anos.

“Queremos que no final de 2021, início de 2022, estejam proibidos em Portugal um conjunto de utensílios de plástico descartáveis como as palhinhas, os misturadores, o talher e os pratos de plástico”, disse o governante, em declarações à agência Lusa, à margem do evento.

Questionado sobre qual o planeamento e regras para a implementação desta medida, o ministro do Ambiente e da Transição Energética apontou que conta fazer “a proposta até ao final deste primeiro semestre” para que depois “o país tenha dois anos de adaptação para que isso se conclua”.

Quanto à tara retornável, medida que se traduz no depósito em máquinas de embalagem como garrafas de plástico ou latas de alumínio que podem ser trocadas por vales de desconto, Matos Fernandes apontou que este ano vão ser instalados 50 equipamentos em todo o país.

“É um absurdo que se esteja a fabricar com um material indestrutível um bem que se usa uma só vez. Tudo o que é descartável tem mesmo de abandonar a nossa economia e sociedade no menor número de anos possível”, disse o ministro.

Antes, perante dezenas de alunos que tiveram a oportunidade de lhe fazer perguntas e ficaram a saber que o sonho do ministro era ser professor de filosofia, Matos Fernandes disse que quer levar a todos os portugueses as preocupações ambientais e elegeu a construção de saneamento básico como o projeto que mais evoluiu nos últimos 25 anos.

“Há 25 anos só 50% da água era boa para beber e agora 98,9% é potável. Portugal tinha 65 praias com bandeira azul e agora tem 325. Somos líderes no mundo no fazer e no gerir a rede de saneamento básico”, disse o governante que já sobre energias renováveis disse que o país “pode progredir bastante em todas as áreas, sobretudo na solar”.

“É preciso combater a ideia de que o sustentável é caro” foi outra das ideias mais frisadas por João Pedro Matosmatos Fernandes.

O ministro do Ambiente visitou o Colégio Novo da Maia para conhecer o A+ Sustentabilidade – A construção de um mundo melhor, um projeto que mobiliza 900 alunos do 1.º ao 12.º anos em torno das questões ambientais.

Matos Fernandes assistiu a várias apresentações, recebeu um saco de papel das mãos dos alunos do 8.º ano que procuraram incentivar a comunidade escolar a trocar o plástico pelo papel, provou paté de cavala graças às preocupações dos alunos de 12.º que lembraram que a sardinha é uma espécie ameaçada, entre outros momentos.

“Este é um daqueles projetos educativos felizes, complexo, mas ao mesmo tempo descomplicado. A disciplina de que não nos podemos mesmo esquecer fora da escola é a sustentabilidade”, disse o ministro do Ambiente ao comentar o projeto.

O presidente da câmara da Maia, António Silva Tiago, elogiou “os grandes projetos que educam para o futuro”, enquanto o diretor do colégio, David Pinto, falou da “urgência de formar cidadãos críticos e com espírito empreendedor”.

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