Os sindicatos dos médicos e o Ministério da Saúde voltam a reunir esta sexta-feira, 27 de outubro, em mais uma mesa negocial, vista como decisiva para um entendimento que reponha a normalidade. Por todo o país há, neste momento, hospitais afetados por constrangimentos e encerramentos temporários de serviços.
A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) partem juntos e com uma única proposta: reposição do horário de trabalho de 35 horas para todos os médicos que queiram, reposição das 12 horas nas Urgências e aumentos salariais de 30%.
A proposta sindical conjunta que Jorge Roque da Cunha, do SIM, e Joana Bordalo Sá, da FNAM, colocam na mesa do ministro da Saúde, Miguel Pizarro, foi afinada ontem. “Na véspera de mais uma reunião negocial no Ministério da Saúde, a FNAM e o SIM, acordaram em apresentar uma proposta conjunta com três pontos centrais: “1 -Reposição do horário semanal de 35h para todos os médicos que assim o desejem; 2 -Reposição do poder de compra perdido na última década, com um aumento transversal de 30% para todos os médicos; 3 -Reposição das 12 horas semanais de trabalho no Serviço de Urgência”, lê-se num comunicado conjunto das duas estruturas sindicais.
Os médicos fazem atualmente 18 horas no Serviço de Urgência, um regime imposto pela troika, que deveria ter sido transitório mas que se mantém há mais de dez anos. Já o aumento transversal de 30% visa fazer face à reposição do poder de compra perdido na última década.
Jorge Roque da Cunha e Joana Bordalo Sá acreditam que com estas medidas “é possível salvar a carreira médica e o Serviço Nacional de Saúde”.
Na reunião da semana passada, Manuel Pizarro tinha pedido aos sindicatos que apresentassem propostas concretas na reunião agendada para hoje.
O encontro desta tarde entre o ministro e as duas estruturas sindicais encerra uma semana de muita tensão no sector da Saúde, agravada pelas palavras do diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde. Fernando Araújo alertou em entrevista ao jornal “Público” para o Novembro que aí vem: “Vai ser o pior mês, eventualmente, nestes 44 anos do SNS, na resposta de urgência, se nada se alterar”.
Questionado com o cenário de urgências e outros serviços fechados e cuidados intensivos a meio-gás, afirmou: “Acho que o impacto pode ser dramático, não tenho dúvidas”. Ainda assim, Fernando Araújo disse ter expectativas que as partes possam chegar um acordo ou pré-acordo na reunião desta sexta-feira, o que reduzirá a tensão que atualmente se vive na Saúde.
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