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Médio Oriente: Agravamento da situação na Cisjordânia preocupa Paris, Londres e Madrid

Já o Governo português ainda não se pronunciou sobre o assunto.
A man gestures as Palestinians search for casualties a day after Israeli strikes on houses in Jabalia refugee camp in the northern Gaza Strip, November 1, 2023. REUTERS/Mohammed Al-Masri
30 Agosto 2024, 19h40

O Reino Unido, a França e a Espanha manifestaram hoje preocupação com o agravamento da violência e instabilidade na Cisjordânia após Israel lançar uma operação militar no território ocupado palestiniano.

O Reino Unido está “profundamente preocupado” com os métodos utilizados por Israel na operação militar que o exército daquele país lançou na quinta-feira na Cisjordânia, que provocou a morte de 11 palestinianos, indicou hoje um porta-voz Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico em comunicado.

Embora Londres reconheça “o direito de Israel se defender contra ameaças à segurança”, o Reino Unido está “profundamente preocupado” com os métodos utilizados pelo exército israelita e com as “vítimas de civis e a destruição de infraestruturas civis”, adiantou a mesma fonte.

“O risco de instabilidade é grave e a necessidade de uma desescalada é urgente”, referiu o porta-voz britânico.

O Reino Unido também “condena veementemente a violência e comentários provocatórios como os feitos pelo ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, que ameaçam o ‘status quo’ dos locais sagrados de Jerusalém”, segundo a nota do MNE britânico. A França também condenou os comentários do ministro israelita.

O Governo britânico lembra ainda que “não é do interesse de ninguém que haja um conflito maior e que a instabilidade se propague na Cisjordânia”.

A França disse estar “fortemente preocupada” com as operações militares israelitas na Cisjordânia, pois essas estão a “agravar o clima de instabilidade e violência sem precedentes”, levando a uma deterioração da situação em geral nos territórios palestinianos.

Num comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, Paris reitera ainda a sua oposição aos colonatos judaicos na Cisjordânia ocupada, “que devem parar imediatamente”.

Em Gaza, onde Israel está em guerra contra o Hamas, “a intensidade dos ataques israelitas visando em particular escolas ou abrigos para pessoas deslocadas está a conduzir a um número inaceitável de vítimas civis”, referiu o ministério francês.

“O imperativo de respeitar o direito internacional humanitário é vinculativo para todos, incluindo Israel”, acrescentou a diplomacia francesa, considerando “inaceitáveis” os ataques contra o pessoal humanitário.

O Governo espanhol, através de uma nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros, manifestou a sua condenação das operações militares que Israel lançou quinta-feira na Cisjordânia, considerando que são “muito graves e devem ser interrompidas”.

Além disso, o ministério espanhol advertiu que “as declarações que questionam o estatuto jurídico dos locais sagrados de Jerusalém são inaceitáveis”, referindo-se aos comentários sobre o assunto do ministro israelita Ben Gvir.

A diplomacia espanhola reiterou “o momento crítico” da situação, apelou “à legalidade internacional e ao direito humanitário, à contenção e à desescalada”.

O Governo português ainda não se pronunciou sobre o assunto.

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