Os quatro ativistas portugueses que participaram na flotilha humanitária Global Sumud e foram detidos em Israel estiveram “bastante tempo” sem água e comida, motivando um protesto do Governo junto do embaixador israelita em Lisboa, disse à Lusa fonte oficial.
“O relato que foi feito dá nota de que estiveram bastante tempo sem água quando estavam no porto. No centro de detenção já havia água mas não parecia capaz de se beber (embora dissessem que era potável)”, adiantou hoje fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE).
“A embaixadora [portuguesa, Helena Paiva] protestou logo na altura junto do responsável da área de detenção. O ministério fez o mesmo junto do embaixador de Israel em Lisboa”, segundo o MNE.
Os quatro portugueses, que foram detidos entre a noite de quarta-feira e a manhã de quinta-feira, quando a Marinha israelita intercetou a Flotilha Global Sumud, também se queixaram de “falta de comida”.
A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a atriz Sofia Aparício e os ativistas Miguel Duarte e Diogo Chaves estão entre os mais de 450 participantes da missão humanitária detidos pelas forças israelitas, que intercetaram entre quarta e quinta-feira as cerca de 50 embarcações que integravam a flotilha.
Numa carta divulgada nas redes sociais do movimento português Flotilha Humanitária e atribuída a Mariana Mortágua, pode ler-se: “Mãe, não nos trataram bem, nem água nem comida há 48 horas. Mas está tudo bem e não fui ainda parar à solitária. Convoquem manifestações”.
A embaixadora portuguesa em Telavive, Helena Paiva, que visitou hoje os portugueses, “pôde confirmar que todos se encontravam bem de saúde apesar das condições difíceis e duras à chegada ao porto de Ashdod e no centro de detenção”, indicou antes o MNE, numa nota informativa.
“Não foram sujeitos a violência física, não obstante queixas várias – queixas estas que levaram a um protesto imediato por parte da embaixadora de Portugal em Israel”, segundo as autoridades portuguesas.
Os quatro portugueses, adiantou a mesma nota, aceitaram ser “deportados de forma voluntária e de imediato” e foram informados que as autoridades israelitas os colocarão “nos primeiros voos disponíveis destinados à Europa, a expensas do Governo israelita, podendo sofrer atrasos devido aos feriados israelitas do SUKKOT”.
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