O refém Or Levy, que deverá ser libertado no sábado pelo movimento islamita Hamas, foi certificado como sefardita pela Comunidade Judaica do Porto, requisito necessário para adquirir cidadania portuguesa.
“Or Levy, que será libertado amanhã [sábado], foi certificado pela Comunidade Judaica do Porto, uma vez que os seus avós paternos falavam ladino e pertenciam a uma família sefardita tradicional de Istambul na Turquia, a qual tomou o caminho de Israel no século XX”, disse à Lusa o presidente da comunidade, Gabriel Senderowicz.
De acordo com o responsável da Comunidade Judaica do Porto, em novembro de 2023 – quando Or já estava retido na Faixa de Gaza -, os seus representantes legais e a própria embaixada de Israel em Portugal “solicitaram à Conservatória dos Registos Centrais de Lisboa que instruísse o processo com urgência”.
“Cremos que o requerente terá obtido a nacionalidade, uma vez que preenchia os requisitos legais”, acrescentou Senderowicz.
O tio de Or Levy, referiu ainda, tem nacionalidade portuguesa.
“É um homem de grandes virtudes que queremos ver em breve a rezar na maior sinagoga de Sefarad”, afirmou o presidente da Comunidade Judaica do Porto.
Or Levy, 34 anos, é um dos três reféns que o Hamas deverá libertar no sábado, no âmbito do cessar-fogo em vigor na Faixa de Gaza.
Foi raptado no festival de música Nova durante o ataque sem precedentes do Hamas em território israelita, a 07 de outubro de 2023, tendo a sua mulher, Eynav, sido morta.
Os outros dois reféns a libertar são o germano-israelita Ohad Ben Ami, de 56 anos, raptado com a mulher, Raz Ben Ami (já libertada), do ‘kibutz’ (comunidade) Beeri, e Eli Sharabi, de 53 anos, que perdeu os filhos e a mulher no ataque do Hamas ao mesmo ‘kibutz’.
Israel, por seu lado, vai libertar no sábado 183 prisioneiros palestinianos em troca dos três reféns israelitas, anunciou hoje uma organização não-governamental (ONG) em Ramallah, na Cisjordânia ocupada.
Segundo o Clube dos Prisioneiros Palestinianos, uma ONG responsável pela questão, o grupo a libertar integra “18 prisioneiros condenados à morte, 54 a longas penas e 111 detidos em Gaza depois de 07 de outubro [de 2023]”, declarou Amani Sarahneh, porta-voz da organização, citado pelas agências internacionais.
No passado dia 01 foi libertado Ofer Calderon, luso-franco-israelita, que obteve a nacionalidade portuguesa pela sua origem sefardita, depois de ter sido feito refém, a 07 de outubro de 2023.
A troca de reféns israelitas por prisioneiros palestinianos, este sábado, será a quinta desde a entrada em vigor da trégua, a 19 de janeiro, após 15 meses de guerra.
Até à data, foram libertados 18 reféns e cerca de 600 prisioneiros palestinianos.
Quinze meses de guerra entre o Hamas e Israel na Faixa de Gaza provocaram mais de 47.000 mortos e um elevado nível de destruição de infraestruturas no território controlado pelo grupo extremista palestiniano desde 2007.
A ofensiva israelita foi desencadeada por um ataque do Hamas contra Israel, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e o rapto de 250 pessoas que foram levadas como reféns para a Faixa de Gaza.
Os combates cessaram em 19 de janeiro, no âmbito de um acordo de cessar-fogo negociado por vários mediadores (Estados Unidos, Qatar e Egito).
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