O mercado de retalho de luxo ao nível mundial continua a registar crescimento no valor das rendas em 2024, indica o relatório Luxury Report da Savills. Dos 21 destinos monitorizados mais de 75% reportaram aumentos anuais ou uma manutenção nas rendas prime comparado com o ano anterior.
“A Quinta Avenida de Nova Iorque consolidou a sua posição como a localização mais valorizada a nível global, com rendas prime a atingirem os 26.000 euros/m² no último trimestre de 2024. Em simultâneo, a Bond Street, em Londres, registou um impressionante aumento de 20%, acompanhando o crescimento médio de 24% na Madison Avenue e na própria Quinta Avenida. Ainda assim, as rendas nesta última permanecem ligeiramente abaixo dos níveis pré-pandemia de 2019″, refere o relatório.
No ranking e após a Quinta Avenida surge a Madison Avenue e a Bond Street como as mais valiosas ao nível mundial no setor do retalho. “A Bond Street alcança a liderança europeia em rendas prime com 15.333 euros/m², ultrapassando a Via Monte Napoleone, em Milão (15.000 euros/m²), apesar da diferença ser ténue”, sublinha o relatório.
Em Portugal, diz o relatório da Savills, a procura por espaços de retalho de luxo “continua a superar amplamente a oferta disponível”.
A Savills refere que tanto em Lisboa como no Porto, “a escassez de locais qualificados, particularmente na Avenida da Liberdade e na Avenida dos Aliados, tem sido um obstáculo à entrada de novas marcas de prestígio”.
Apesar disso, a Avenida da Liberdade “mantém o seu estatuto” como epicentro do luxo nacional. “Embora os espaços disponíveis sejam limitados, as marcas já instaladas demonstram interesse ativo em oportunidades de expansão ou relocalização. A nova oferta de espaços de retalho de luxo, com abertura prevista para início de 2027, promete reforçar significativamente a atratividade de Lisboa neste mercado exclusivo”, diz o relatório.
O head of retail da Savills Portugal, José Galvão, salienta que Lisboa e Porto “mantêm-se como cidades altamente atrativas” para marcas de luxo.
“O crescimento da oferta da hotelaria de luxo e o consequente incremento de tráfego qualificado proveniente da Europa, Ásia e Estados Unidos, cria um ecossistema ideal para a evolução deste mercado. Estamos confiantes de que a nova oferta prevista na Avenida da Liberdade permitirá, finalmente, a entrada de mais marcas de luxo em Portugal”, acrescentou José Galvão.
O relatório adianta também que, em 2024, a China “voltou a afirmar-se como a maior potência no retalho de luxo, representando 40% de todas as novas aberturas a nível mundial, uma subida de 10% face ao ano anterior, ainda que ligeiramente abaixo da quota de 41%” registada em 2023.
“A par da China, a região da Ásia-Pacífico (excluindo a China) destacou-se com o crescimento mais expressivo em número de lojas, totalizando 24% de todas as novas inaugurações, superando tanto a América do Norte como a Europa, com um crescimento notável de 52%. Dentro da região, o Japão manteve a liderança como o maior mercado para novas aberturas”, diz o relatório.
O co-head of global retail da Savills, Anthony Selwyn, considerou que as marcas de luxo “estão a demonstrar uma visão estratégica de longo prazo, ajustando os seus portefólios para se aproximarem cada vez mais” dos seus públicos-alvo.
“Após a pandemia, com a quebra nas viagens internacionais, houve um foco claro em grandes mercados domésticos subaproveitados. Esta tendência mantém-se, mas à medida que os mercados-chave se tornam mais competitivos, a pressão sobre as rendas prime continuará, ainda que com um ritmo de crescimento mais moderado, face à crescente escassez de espaço disponível”, salienta Anthony Selwyn.
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