A Metro do Porto reduziu os prejuízos em 2023 para 45,45 milhões de euros, menos 1,6% do que no ano anterior, divulgou esta quinta-feira a empresa à Lusa, num ano em que aumentaram as receitas e o investimento.
De acordo com informação enviada hoje à Lusa por fonte oficial da Metro do Porto, no dia em que as contas foram aprovadas em assembleia-geral, a transportadora registou prejuízo de 45,45 milhões de euros, uma redução de 1,6% face aos 46,18 milhões de euros do ano anterior. Em 2021, a Metro do Porto tinha registado um prejuízo de 64,71 milhões de euros.
Quanto aos resultados de 2023, o resultado operacional (antes de gastos financeiros e impostos) foi também negativo em 6,8 milhões de euros, mas o resultado antes de depreciações e gastos financeiros e impostos (EBITDA) foi positivo em 52,9 milhões de euros, “mais 72,3% do que no período homólogo de 2022”, segundo a empresa.
Num comunicado enviado às redações, a Metro do Porto destaca ainda “o aumento de 8% das receitas (mais 63,9 milhões de euros), ao passo que os custos da operação apenas cresceram 0,5%, para os 45,6 milhões”, tendo a taxa de cobertura global de 120,2%, “um aumento de 6,7 pontos percentuais por comparação com 2022”.
“Também digna de registo foi a aceleração muito forte do investimento na expansão da rede, tendo-se executado 212,7 milhões de euros (mais 76% do que em 2022) – o valor de investimento mais elevado da última década”, destaca a empresa liderada por Tiago Braga.
Segundo a empresa, “a maior fatia (dois terços) corresponde à construção da Linha Rosa e à expansão da Linha Amarela, assim como no sistema ‘metrobus’ e em expropriações com vista à empreitada da Linha Rubi, consignada já no ano passado”.
“A par das verbas investidas, está um retorno de benefícios ambientais e sociais da operação da Metro do Porto que, em 2023, andaram na ordem dos 250 milhões de euros”, refere ainda a transportadora.
O ano passado foi também marcado por uma ‘limpeza’ de dívida realizada pelo Estado central, que levou a Área Metropolitana do Porto (AMP) e a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) a perderam praticamente metade da percentagem do capital que detinham (49,9%) na Metro do Porto.
No total, o Estado central detinha 50,11% da Metro do Porto e passou a deter 99,89%, com a operação a ‘limpar’ a dívida histórica da Metro do Porto, fazendo com que a dívida passasse de mais de 4,2 mil milhões de euros para cerca de 210 mil euros no final de 2023, disse à Lusa fonte oficial da empresa.
O ano de 2023 foi também marcado pelo recorde de validações, mais de 79 milhões (crescimento de 21,4% face a 2022 e 11% face a 2019) números que, para Tiago Braga, “traduzem a importância da empresa enquanto elemento nuclear da estrutura de mobilidade da região, alimentando a ambição da estratégia Metro 3.0, que tem como máximo propósito alavancar a empresa de forma a ser capaz de servir em 2030 mais de 150 milhões de passageiros”.
Já a taxa de satisfação dos clientes fixou-se em 83,7 pontos, “destacando-se como pontos fortes mais valorizados a rapidez, a pontualidade e a cobertura da rede”, segundo a transportadora.
“A nível de produção quilométrica, nota para o aumento de 3,3% para 8,6 milhões de quilómetros percorridos. Por seu turno, a velocidade comercial média da rede foi de 26 km/h [quilómetros por hora] e a taxa de ocupação subiu 3,4 pontos, alcançando os 22,3%”, aponta a Metro.
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