O presidente do PSD Madeira, Miguel Albuquerque, já entregou a sua candidatura às eleições internas do partido, agendadas para 21 de março, e assegurou que não se sente fragilizado por ser arguido um processo sobre suspeitas de corrupção.
“Eu apresentei uma lista à Comissão Política e ao Secretariado, vou apresentar a moção e está tudo a correr normalmente”, afirmou, para logo reforçar: “Isto não é uma luta entre inimigos. Se houver uma disputa dentro do partido, eu acho que é positivo.”
Miguel Albuquerque falava à margem de uma visita a uma escola, no Funchal, onde se deslocou na qualidade de presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP), cargo do qual se demitiu na sequência do processo que investiga suspeitas de corrupção no arquipélago, o que levou à queda do executivo, agora em gestão.
“É preciso haver clarificação e, sobretudo, uma consolidação da futura liderança [do PSD Madeira] e não há que fazer dramas, nós somos um partido democrático”, afirmou.
Albuquerque disse, por outro lado, não saber se haverá mais listas candidatas à liderança do partido, cujo prazo de entrega termina na quinta-feira às 18h00, embora a imprensa regional esteja a noticiar que o antigo secretário regional do Ambiente e Recursos Naturais, Manuel António Correia, se prepara para avançar com uma candidatura.
“Eu estou disponível para disputar democraticamente e de uma forma muito calma e muito serena”, declarou, alertando que, face à atual conjuntura, o partido não deve “extremar posições” ao nível interno.
“Temos responsabilidades, temos umas eleições [legislativas nacionais] no dia 10 [de março] e depois temos de unir o partido no sentido enfrentarmos o que irá acontecer depois do dia 24 [de março], avisou, referindo-se à eventualidade de o Presidente da República dissolver o parlamento da Madeira, o que só poderá ocorrer a partir daquela data, seis meses após as mais recentes legislativas regionais.
O social-democrata sublinhou que está a decorrer no PSD um processo eleitoral legítimo, em que as pessoas podem manifestar-se, e afirmou-se “disponível para unir o partido”, mas também “para disputar umas eleições internas”, até porque já o fez.
Albuquerque assegurou, por outro lado, que o facto de ser arguido não fragiliza a sua candidatura à liderança do PSD.
“Eu acho que não, porque a situação do arguido é um estatuto de defesa num processo de investigação. Eu não estou condenado, estou de consciência tranquila, estou disponível para prestar esclarecimentos quando for necessário. Portanto, não me sinto diminuído nos meus direitos”, disse.
Miguel Albuquerque lidera o PSD Madeira desde dezembro de 2014, quando sucedeu a Alberto João Jardim, que durante quase quadro décadas esteve à frente do partido. Em 2015, sucedeu-o também na presidência do Governo Regional, cargo que ainda mantém, agora na condição de demissionário.
Em 21 de fevereiro, o Conselho Regional do PSD Madeira indicou que as eleições diretas vão realizar-se a 21 de março e o congresso regional a 20 e 21 de abril.
“O objetivo desta marcação deveu-se à mudança de circunstância política”, explicou na altura o presidente daquele órgão, João Cunha e Silva, adiantado que “esta mudança espera pela decisão do Presidente da República”.
João Cunha e Silva garantiu também que o PSD está preparado para a possibilidade de Marcelo Rebelo de Sousa chamar o presidente do partido para formar novo Governo Regional, com base na atual maioria parlamentar PSD/CDS-PP/PAN, ou para o caso de convocar eleições antecipadas na região autónoma.
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