“Depois de uma reflexão consciente e responsável, ponderando fatores pessoais, políticos e institucionais, tomei a decisão de não me recandidatar à presidência da Câmara Municipal do Funchal nas próximas eleições autárquicas”, disse o atual vereador da Coligação Confiança (posição na autarquia funchalense à coligação PSD/CDS-PP) num declaração pública publicada na sua página na rede social Facebook.
O antigo presidente da Câmara Municipal do Funchal entre 2019 e 2021, Miguel Silva Gouveia, excluiu, no passado sábado, uma candidatura à presidência da autarquia funchalense nas próximas autárquicas.
“Depois de uma reflexão consciente e responsável, ponderando fatores pessoais, políticos e institucionais, tomei a decisão de não me recandidatar à presidência da Câmara Municipal do Funchal nas próximas eleições autárquicas”, disse o atual vereador da Coligação Confiança (posição na autarquia funchalense à coligação PSD/CDS-PP) num declaração pública publicada na sua página na rede social Facebook.
O autarca na sua declaração referiu que a política “é também feita de ciclos” e que “este ciclo autárquico chegou […] ao seu fim”.
Miguel Gouveia refere que toma esta decisão de não se recandidatar não por “falta de amor” ao Funchal ou por “ausência de ideias” para o futuro. “Faço-o porque entendo que a dedicação à causa pública exige equilíbrio, lucidez e disponibilidade total, e hoje, com todo o sentido de responsabilidade, sinto que é tempo de dedicar atenção à dimensão pessoal e familiar, fazendo um interregno na minha vida pública. A exigência do exercício autárquico – ainda mais quando enfrentamos um ambiente institucional hostil e politicamente contaminado – cobra um preço demasiado elevado a quem não está disposto a abdicar dos seus princípios”, disse o autarca do Funchal.
Autarca não se revê na atual liderança do PS
Miguel Gouveia considera também que a atual conjuntura política é clara. “O PS perdeu o espaço de alternativa no Funchal e na Madeira, e não apresenta hoje, infelizmente, a capacidade de liderar um projeto mobilizador”, disse o antigo presidente da autarquia.
“Em consciência, não me revejo nas atuais lideranças regionais [o PS Madeira é presidido por Paulo Cafôfo de quem Miguel Gouveia foi vice-presidente na Câmara do Funchal entre 2013 e 2019] e defendo que, após a pesada derrota nas últimas eleições, seria necessária uma renovação política que ainda não aconteceu. E, sem laços de confiança recíproca, dificilmente se constrói um caminho de sucesso. Por isso, darei, no panorama autárquico, esse exemplo de maturidade política abrindo espaço ao partido para encontrar novas formas de participação, novas linguagens e novos protagonistas, alinhados com a sua atual estratégia”, disse Miguel Gouveia.
“Apesar disso, continuo a acreditar na importância da participação política, no envolvimento cívico na edificação democrática e na necessidade de criar alternativas credíveis ao poder instalado, que há demasiado tempo domina a Região Autónoma da Madeira sem verdadeira alternância democrática. Continuarei empenhado em contribuir para que esse desígnio seja, em breve, uma realidade”, acrescentou o vereador na autarquia do Funchal.
Miguel Gouveia sublinhou que vai sair no final do mandato “com a tranquilidade de quem deu o melhor de si à sua cidade, com a consciência limpa e com a certeza de que sempre procurei fazer política com dignidade, verdade e dedicação”.
O autarca acrescentou também que ao longo de 12 anos, onde foi vereador, vice-presidente e presidente da autarquia, exerceu essas funções públicas no Funchal “sempre com sentido de responsabilidade, compromisso ético e proximidade” com os cidadãos. “Acredito que deixei um legado assente na modernização dos serviços, na transparência da governação, na sustentabilidade urbana, na justiça social e na defesa intransigente do interesse público”, disse Miguel Gouveia.
Miguel Gouveia deixou também o seu agradecimento aqueles que o abordaram nos últimos meses para se voltar a candidatar à presidência da autarquia e deixou também uma palavra de “gratidão e de amizade” para com todos aqueles que consigo “partilharam o seu percurso político, em especial para a equipa da Confiança, que mostrou como se honra o cumprimento de um mandato, dando um exemplo de coesão e estabilidade em tempos difíceis”.
O autarca disse ainda que o seu “compromisso com o Funchal não termina aqui”, e que apenas “encerra um ciclo com a mesma honestidade com que o iniciei”.