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Montenegro em Macau para estreitar laços culturais e comerciais com a China

Depois do encontro com Xi Jinping, Luís Montenegro está hoje em Macau para valorizar a cultura portuguesa e reforçar laços comerciais com a China. A Região representa 90% do investimento direto português neste país, em áreas como a farmacêutica, banca, finanças, seguros e produtos alimentares.
10 Setembro 2025, 07h00

A visita oficial de Luís Montenegro à China, que se iniciou ontem num encontro com o presidente Xi Jinping, fortalece a importância estratégica de Portugal para investimentos chineses, especialmente em áreas como a energia, saúde, finanças e inovação tecnológica – o Investimento Direto Estrangeiro (IDE) da China no nosso País atingiu um valor recorde de 3,96 mil milhões de euros em 2024, um crescimento de 9,3% face a 2023, acumulando 14 anos consecutivos de subida.

Além disso, as tensões comerciais entre a Europa, os Estados Unidos e a China abrem também uma janela de oportunidade para Portugal atrair investimento industrial chinês em tecnologias associadas ao 5G e a inteligência artificial, atraindo capital, emprego qualificado, novas receitas fiscais e exportações. “Ao nível da nossa cooperação económica bilateral, é meu dever dizer-lhe que não nos esquecemos, pelo contrário, temos muito bem presente e respeitamos a aposta que a China desenvolveu na economia portuguesa, num dos momentos mais críticos do nosso país, quando da crise financeira”, disse Luís Montenegro a Xi Jinping, numa cerimónia que decorreu ontem no Grande Palácio do Povo, em Pequim.

Hoje, 10 de setembro, em Macau, Montenegro reúne-se com o Chefe do Executivo, Sam Hou-fai, visita a Escola Portuguesa e oferece uma receção à comunidade portuguesa, na Residência do Consulado-Geral de Portugal. Macau representa 90% do investimento direto português na China e foi o 12.º destino do investimento direto no exterior português, recebendo quase 1,1 mil milhões de euros em 2023, enquanto o interior da China recebeu 55 milhões de euros. O investimento português foi realizado sobretudo em áreas como a farmacêutica, banca, finanças, seguros e produtos alimentares.

Entre os principais projetos de cooperação entre os dois países, destaca-se a construção da fábrica da China Aviation Lithium Battery (CALB), uma das maiores fornecedoras mundiais de baterias para carros elétricos, em Sines, no sul de Portugal. Este foi um investimento recorde da China no nosso país no valor de dois mil milhões de euros. No setor energético, a China Three Gorges, tem impulsionado o desenvolvimento de renováveis. Já o grupo Fosun expandiu a sua atuação em áreas como finanças e saúde.

Apesar do forte investimento chinês em Portugal, Luís Montenegro, pretende também que as empresas nacionais do setor agroalimentar e do vinho marquem mais presença neste país asiático para um maior equilíbrio na balança comercial entre os dois países. Portugal foi também o primeiro país da Europa Ocidental a assinar com a China atos de cooperação no âmbito da iniciativa ‘Uma faixa, uma rota” [que pretende impulsionar uma maior ligação entre a Ásia, a Europa e a África], e o primeiro país da Zona Euro que emitiu títulos na moeda chinesa.

Amanhã, dia 11, Luís Montenegro visita o Japão e reúne-se com o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba. Neste país, o objetivo da visita passa por aumentar o investimento em Portugal, estando em estudo uma parceria na área do espaço entre o CEiiA (Centro de Engenharia e Desenvolvimento, em Matosinhos) e uma empresa japonesa. A visita inclui também encontros com empresários japoneses para estreitar laços e atrair investimentos.

O programa inclui uma conferência de imprensa conjunta, um encontro no Keidanren (Federação Empresarial Japonesa), com a participação de altos representantes de empresas multinacionais japonesas, bem como um encontro com os atletas portugueses que participam no Campeonato Mundial de Atletismo. A deslocação termina em Osaka, dia 12, com a visita ao Pavilhão de Portugal na Expo 2025, subordinado ao tema “Oceano: Diálogo Azul”.

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