“Nem portas fechadas nem escancaradas” tornou-se uma das frases da campanha de Luís Montenegro para as eleições legislativas que viria a ganhar em março, dando pistas sobre a política na matéria das migrações. E foi essa mesma ideia que o primeiro-ministro português utilizou esta segunda-feira para descrever o pacote de medidas para as migrações anunciadas esta segunda-feira na conferência de imprensa que se seguiu ao Conselho de Ministros.
Nas palavras do líder do Executivo, o Governo estruturou um plano de ação para as migrações “em espírito de abertura e acolhimento”, orientado, também, para o incentivo aos jovens que admitem deixar o país, por um lado, e para aqueles que querem regressar.
“Aquilo que o Conselho de Ministros hoje decidiu, num tempo limitado, traça um conjunto de decisões que vamos implementar nos próximos meses e que visam pôr um ponto final num processo que hoje dá uma visão muito diferente daquela que queremos. Ter mais de quatro mil pessoas com processos por concluir é sinónimo de de falta de capacidade e cuidado”, analisou.
Antes de António Leitão Amaro, ministro da Presidência de Portugal, dar a conhecer o conjunto de medidas relativas às migrações, Montenegro revelou que um dos objetivos do Executivo passa por “regularizar o que está pendente”, no que aos processos da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) diz respeito, sublinhando que o contributo das autarquias locais, “que muito já fazem”, é um fatores.
” A AIMA não está a funcionar. Vamos ter de reestruturar o funcionamento”, revelou, adiantando que a PSP irá reforçar os meios neste campo através de uma uma unidade de estrangeiros e fronteiras.
Desmistificando aquele que é uma das ideias pré-feitas sobre o fenómeno da imigração, que ecoou na campanha para as legislativas pela voz de Pedro Passos Coelho, Luís Montenegro insistiu que não existe “nenhuma relação entre a capacidade de acolher imigrantes e índices de criminalidade”. “Este Governo não estigmatiza aqueles que nos procuram só porque são estrangeiros”, afirmou, acrescentando que “não vale a pena estigmatizar uns à boleia de episódios casuísticos”.
“Vejo os imigrantes que procuram Portugal como novos portugueses”, disse ainda o primeiro-ministro.
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