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Montenegro dialoga com todos e promete: “Não vamos nunca diminuir o PS”

Primeiro-ministro usa linguagem futebolística para responder a crítica do candidato a líder do PS. E à pergunta sobre com quem o Governo irá dialogar nesta legislatura, Montenegro repetiu que o fará com todos os partidos, assegurou que não vai diminuir o PS e, numa alusão implícita ao Chega, disse: “Logo veremos se haverá novas forças a demonstrar também o sentido de responsabilidade” que os socialistas já provaram ter.
epa12180531 Portuguese Prime Minister Luis Montenegro speaks during the plenary session to present the Program of the XXV Constitutional Government at the Assembly of the Republic in Lisbon, Portugal, 17 June 2025. EPA/JOSE SENA GOULAO
17 Junho 2025, 11h57

O primeiro-ministro Luís Montenegro respondeu com ironia à crítica do socialista José Luís Carneiro, durante o debate sobre o programa do Governo no Parlamento, recorrendo a metáforas futebolísticas.

“Disse que o Governo não entrou com o pé direito. Fez bem. O Governo não entrou com o pé direito nem com o esquerdo, apesar de jogar com os dois pés. O Governo joga com os dois pés, com a cabeça e até ‘pára’ no peito quando é necessário”.

“É um Governo polivalente que distribui jogo e aproveita todos os elementos em campo e que quer marcar golo. E quando vê um jogador assim mais molengão, não deixa de jogar na mesma para a baliza, rematar para fazer golo”, atirou o líder da AD. “Porque é isso que os portugueses exigem. É que sejamos consequentes, que possamos construir as jogadas que fazem os golos entrar na baliza “, acrescentou.

E respondendo à pergunta sobre com quem vai a coligação PSD/CDS dialogar nesta legislatura, Montenegro repetiu que fará diálogo político “com todas as forças políticas com representação parlamentar”, frisando, contudo, que a AD não se esquece das “responsabilidades históricas do sentido que, em muitas ocasiões, o PS teve de convergência” com o PSD.

“Portanto, não excluímos ninguém e sabemos bem quem mostrou estar à altura dessa responsabilidade”, disse Montenegro. Acrescentando, no entanto, numa alusão implícita ao Chega.  “Logo veremos se haverá novas forças a demonstrar também esse sentido de responsabilidade. Às vezes, temos fundadas dúvidas, mas nenhum de nós pode dizê-lo em função do que compete aos outros decidir. Logo vermos quem é que tem esse sentido de responsabilidade”.

“Há uma coisa que pode ter a certeza: não vamos nunca diminuir o PS, não vamos nunca deixar de fazer um diálogo franco, leal, autêntico e genuíno com o PS, não vamos”, garantiu Montenegro, saudando a postura de Carneiro de “manter viva” esta forma de estar dos dois partidos.

Por isso, afirmou o primeiro-ministro, “não será difícil continuarmos a convergir na política externa; na política europeia; não será difícil encontrarmos uma posição comum de alinhamento na área da defesa”.

Montenegro disse também ter ficado satisfeito que o PS tenha assinalado a disponibilidade para contribuir para a política de segurança interna, assim como com a reforma do Estado, na Justiça, e ainda na necessidade de termos “um bom sistema de emergência e de proteção das infraestruturas críticas”.

“Aproveitaremos essa disponibilidade, assim o PS se mantenha fiel a esse princípio. Tenho confiança que assim será”, concluiu, ficando sem tempo para responder ao desafio sobre a despartidarização da administração pública.

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