Moody’s prevê “recessão moderada” no Reino Unido, Alemanha e França

A Moody’s estima que a subida das taxas de juro e critérios mais “apertados” na concessão de crédito vão ditar um abrandamento significativo do crescimento económico global este ano. No Reino Unido, Alemanha e França, a agência de notação aponta mesmo para uma “recessão moderada”.

“O crescimento económico vai abrandar este ano e manter-se contido em 2024”, com este movimento a ser “liderado sobretudo pelas economias desenvolvidas do G-20, que vão desacelerar para 0,9% em 2023 e 1% em 2024”, afirma a agência de notação numa nota divulgada esta quarta-feira.

Este abrandamento vai acontecer a diferentes ritmos nos vários países. “Há uma ampla dispersão nas expectativas de crescimento por país, uma vez que as forças e vulnerabilidades económicas variam significativamente”, refere.

“Prevemos um crescimento muito fraco em economias chave”, incluindo “recessões moderadas” no Reino Unido, Alemanha e França, mas também nos EUA, afirma a Moody’s, notando que há vários países cuja atividade económica ainda não conseguiu regressar aos níveis pré-pandemia.

Estas projeções refletem o contexto atual de subida das taxas de juro por parte dos bancos centrais, numa tentativa de travarem a escalada da inflação. Mas também, diz a agência, os critérios mais “apertados” de concessão de crédito perante a incerteza em torno da economia.

“Uma redução nos preços da energia e dos alimentos proporcionou uma descida ligeira na inflação, mas os números core continuam elevados na maioria dos países do G-20″, destaca a Moody’s, “prevendo que a inflação recue em direção à meta do banco central no próximo ano na maioria dos países, mas isto depende de uma moderação na procura”.

Neste cenário, os analistas afastam um corte das taxas de juro este ano. “Diminuiu tanto a proporção de bancos centrais a subir os juros como o ritmo de aperto desde o pico no ano passado”. No entanto, concluem, “a volatilidade dos dados macroeconómicos e a inflação persistentes significam que deve ser improvável um corte das taxas de juro em 2023”.