[weglot_switcher]

Morreu Soares dos Santos, o patrão da Jerónimo Martins

Era conhecido pela sua frontalidade. Disse várias frases inteligentes, mas polémicas, como “os pobres fizeram-se para a gente os transformar em classe média”, ao Observador, numa entrevista.
  • 2. Alexandre Soares dos Santos e família – 3554 milhões de euros
16 Agosto 2019, 22h55

Alexandre Soares dos Santos morreu esta sexta-feira, aos 84 anos. O empresário, que dirigiu o grupo Jerónimo Martins, foi vítima de cancro.

Alexandre Soares dos Santos era o dono e presidente da Jerónimo Martins que tem as cadeias de supermercados Pingo Doce, a Biedronka na Polónia e a Ara na Colômbia. A família é uma das mais ricas do país e o empresário foi eleito várias vezes pela Forbes o mais rico do país.

Desde setembro de 2013 que renunciou, por razões pessoais, ao cargo de presidente do Conselho de Administração do grupo Jerónimo Martins. Elísio Alexandre Soares dos Santos preparou-se assim para ir para os bastidores de um império que começou a construir em 1955, altura em que ingressou na Unilever, como gestor estagiário.

Seguiram-se funções de diretor de marketing da Unilever Brasil e em 1968 passou a integrar o Conselho de Administração do grupo Jerónimo Martins, como administrador delegado. Viria a assumir a presidência da Comissão Executiva, cargo que acumulou com o de presidente do Conselho de Administração, de 1996 a 2004. Desde sempre, todo o seu investimento, seja ele de que natureza for, gravitou em torno do grupo. Só em 2013, Soares dos Santos investiu mais de 539 mil euros em títulos da empresa, apesar de manter uma posição residual, de 0,030% do capital social da cotada. O empresário passou a deter assim 190.976 ações da Jerónimo Martins. De entre as suas apostas destaca-se a parceria com Jardim Gonçalves na criação das lojas Expresso Atlântico.

Era conhecido pela sua frontalidade. Disse várias frases inteligentes, mas polémicas, como “os pobres fizeram-se para a gente os transformar em classe média”, ao Observador, numa entrevista. Ou ainda como aquela proferida em 2018: “Isto é uma terra de primos e os primeiros passam a vida a fazer jeitos uns aos outros e depois estoiram-se todos”.

Falava várias vezes da falta de rumo do país. Fazia queixas dos políticos e contou que foi a morte do pai que lhe mudou a vida.

Em 2009 criou a Fundação Francisco Manuel dos Santos que gere o portal Pordata (base de dados) e elabora estudos económicos.

(atualizada)

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.