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“Muitos, muitos biliões de euros”. Alemanha vai abrir ‘cordões à bolsa’, promete ministro das Finanças alemão

As observações de Scholz são uma forte indicação de que Berlim está pronto para ‘soltar os cordões à bolsa’ para combater uma espiral económica no sentido descendente. Este testemunho do ministro chega dois dias antes do Banco Central Europeu divulgar o ‘cocktail’ de medidas que pretendem impulsionar a economia da zona euro.
Ministério das Finanças da Alemanha
10 Setembro 2019, 20h01

O ministro das Finanças alemão, Olaf Scholz, apresentou o plano para o Orçamento de Estado 2020, no qual o plano é uma forte aposta no aumento do investimento mantendo um défice nulo. Scholz planeia gastos de quase 360 mil milhões de euros sem a existência de défice, com investimentos em trabalho e assuntos sociais, além de aliviar as famílias com baixos rendimentos, noticia a ‘Reuters’.

Após a apresentação, o ministro das finanças assumiu que a Alemanha está pronta para injetar “muitos, muitos biliões de euros” na sua economia para contrair uma desaceleração significativa do crescimento e que o país tem de tomar medidas drásticas para combater as alterações climáticas antes que seja tarde.

As observações de Scholz são uma forte indicação de que Berlim está pronto para ‘abrir os cordões à bolsa’ para combater uma espiral económica no sentido descendente. Este testemunho do ministro chega dois dias antes do Banco Central Europeu divulgar o ‘cocktail’ de medidas que pretendem impulsionar a economia da zona euro, numa altura em que se fala numa recessão.

Ao falar com os legisladores alemães durante o debate geral sobre o Orçamento de Estado para o próximo ano, Scholz garantiu que a Alemanha está em posição de fazer mais, caso se verifique efetivamente uma crise económica, devido ao sólido planeamento do orçamento e à rígida política de não assumir novas dívidas.

“Vai ser muito importante para nós, como a maior economia no meio da União Europeia, caso consigamos combater uma tendência económica negativa”, sublinhou o ministro das Finanças. “Com as sólidas fundações financeiras que temos hoje, estamos em posição de combater uma crise económica com muitos biliões de euros, caso esta aconteça na Alemanha ou na Europa”, constatou Olaf Scholz.

As exportações têm sido um dos grandes impulsionadores do crescimento económico alemão, mas estas têm enfrentado uma desaceleração a nível global, com as tensões comerciais entre a China e Estados Unidos a crescer e a incerteza caótica que se gerou sobre a saída do Reino Unido da União Europeia.

No segundo trimestre deste ano, a economia alemã contraiu 0,1% e os fracos dados apresentados alimentaram diversos rumores relativamente à maior economia da Europa, em que esta possa ter uma quebra e levar o país a uma recessão, pela primeira vez desde 2013.

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