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Nações Unidas já apoiaram reconstrução de Cabo Delgado com 42,6 milhões

Quantia foi investida na reconstrução de infraestruturas nos distritos de Palma, Mocímboa da Praia, Quissanga, Macomia, Muidumbe e Nangade.
10 Julho 2025, 17h43

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) já investiu acima de 42,6 milhões de euros na reconstrução de mais de 30 infraestruturas destruídas em Cabo Delgado durante ataques rebeldes desde 2017, foi hoje anunciado.

 “Até à presente data, o PNUD investiu mais de 50 milhões de dólares (42,6 milhões de euros) para apoiar a implementação do Programa de Reconstrução de Cabo Delgado (PRCD) através da reabilitação e apetrechamento de mais de 30 infraestruturas públicas”, disse o governador de Cabo Delgado, Valige Taubo.

O responsável disse que a quantia foi investida na reconstrução de infraestruturas nos distritos de Palma, Mocímboa da Praia, Quissanga, Macomia, Muidumbe e Nangade, em que prometeu que “serão entregues nos próximos dias aos respetivos governos distritais”.

O governador de Cabo Delgado falava em Pemba, capital provincial, onde o PNUD entregou ao executivo local dez viaturas e 15 triciclos destinados a ajudar na reconstrução de Cabo Delgado, província que tem sido alvo de insurgência desde 2017.

Os meios resultam de um contributo dos parceiros das Nações Unidas, como é o caso do Japão e da União Europeia, que apoiam Moçambique na reconstrução dos distritos destruídos pelos terroristas.

“Estes veículos facilitarão o trabalho das equipas no terreno, especialmente nas zonas mais remotas”, disse a coordenadora residente das Nações Unidas em Moçambique, Catherine Sozi, após a entrega dos meios ao governo da província e ao presidente do município de Pemba.

Segundo Sozi, os veículos visam o reforço da capacidade de mobilidade das instituições do Estado e fiscalização das obras em reconstrução nas zonas outrora afetadas pelos ataques terroristas naquela província.

Desde outubro de 2017, a província de Cabo Delgado, rica em gás, enfrenta uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo extremista Estado Islâmico.

O último grande ataque deu-se em 10 e 11 de maio de 2024, à sede distrital de Macomia, com cerca de uma centena de insurgentes a saquearem a vila, provocando vários mortos e fortes combates com as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique e militares ruandeses, que apoiam Moçambique no combate aos rebeldes.

Só em 2024, pelo menos 349 pessoas morreram em ataques de grupos extremistas islâmicos no norte de Moçambique, um aumento de 36% face ao ano anterior, segundo estudo divulgado pelo Centro de Estudos Estratégicos de África (ACSS), uma instituição académica do Departamento de Defesa do Governo norte-americano.

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