A história tem qualquer coisa de ‘dejá vu’ com o muro de Donald Trump. Um país decide construir muro para impedir a entrada de migrantes e pede dinheiro a outros para os financiar. Com uma diferença: o muro de Trump ainda não foi construído.
O que se passa na Hungria é que o governo de Viktor Órban, construiu um muro na fronteira com a Sérvia, em 2015, para impedir uma entrada massiva de migrantes, na altura do pico da crise de refugiados na Europa. Fê-lo sem o apoio da União Europeia, e voltou a fazê-lo mais tarde, na fronteira com a Croácia.
As cercas de arame farpado anti-migrantes implicaram um investimento de 800 milhões de euros, e agora, a Hungria decidiu que precisa de ajuda. O primeiro-ministro Viktor Órban pediu ajuda à União Europeia para pagar 400 milhões de euros para ajudar nas despesas de construção dos muros na fronteira, incluindo o investimento numa nova cerca, na fronteira com a Sérvia.
Esta quinta-feira, o porta-voz do governo húngaro, disse numa conferência de imprensa que a União Europeia deve pagar 50% das despesas totais de 800 milhões de euros, com a proteção da fronteira”, sob o argumento de que “a Europa deve mostrar que é solidária, com ações específicas, e não com meras mensagens”.
A resposta ao pedido do governo húngaro não se fez esperar. “Muros, não financiamos”, disse esta sexta-feira o porta-voz da Comissão Europeia. A posição da Europa já era, de resto, conhecida: não defende, nem promove o uso de muros. A história mais recente tem sido feita de derrubar, e não de construir muros.
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