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Não há vírus que deixe os Touros de cama

Esta semana, o destaque vai para o testemunho de Jerome Powell, hoje e amanhã, no Congresso dos EUA.
REUTERS / Dado Ruvic
11 Fevereiro 2020, 11h15

Aqui chegados novamente a território nunca antes pisado, pouco mais há a dizer senão que os Touros dominam o terreno de jogo por completo, com a ajuda do árbitro na figura dos bancos centrais, é certo, mas seja como for não há nem parece haver, para já, pessoa ou situação capaz de travar o ímpeto estonteante com que Wall Street tem registado novos máximos históricos, independentemente do que se passa à sua volta.

Ontem e após o “descanso” de sexta-feira, a pressão compradora regressou em força suportada por mais uma intervenção do Banco Central da China, que forneceu liquidez ao sistema, bem como pelo início do regresso dos trabalhadores chineses às fabricas de empresas importantes, como a Foxconn, principal fornecedor da Apple, que no entanto só na próxima semana irá ter mais actividade, e ainda assim com apenas 40% a 60% da sua mão de obra disponível.

A situação, apesar de aparentemente estar a melhorar, encontra-se longe de ter uma estabilização para breve, visto que, de acordo com o Citigroup, só cerca de 30% da força de trabalho do sector dos semicondutores na China é que vai regressar ao serviço amanhã. Isto para não falar nas estimativas de alguns economistas locais sobre os custos para o sector dos serviços, que atingiram $144 mil milhões só na semana festiva do ano novo lunar, quando o país esteve a meio gás, nomeadamente na restauração e no retalho, onde as vendas deverão ter sido cortadas pela metade em 2020, quando comparadas com o ano passado.

Mas, independentemente disso, os investidores não parecem muito preocupados com estes danos colaterais, nem com o facto de já existirem perto de 1.000 vítimas mortais confirmadas devido ao coronavírus, ultrapassando assim a mortandade do SARS.

No S&P500,apenas as energéticas não amealharam ganhos, registando um deslize de -0,81% num dia em que o WTI crude perdeu -1,5% para os $49,58 por barril, atingindo o valor mais baixo dos últimos 13 meses. Esta semana,o  destaque vai para o testemunho de Jerome Powell,terça e quarta-feira no Congresso dos EUA, bem como para o discurso de Christine Lagarde, presidente do BCE, que irá falar aos eurodeputados em Estrasburgo, esta terça-feira.

O gráfico de hoje é da S&P500, o time-frame é diário.

 

O próximo nível de resistência potencial para o principal índice accionista encontra-se nos 3,383 pontos, derivado da extensão Fibonacci (azul).

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