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Nem para um lado, nem para outro: Fed não vê razões para alterar política monetária

Questionado sobre a especulação nos mercados em relação a um corte nas taxas de juro este ano, Jerome Powell, presidente da Reserva Federal respondeu que de momento não vê essa possibilidade como necessária.
2 Maio 2019, 07h43

O atenuar de vários riscos que no início do ano ameaçavam as perspetivas económicas permite à Reserva Federal (Fed) norte-americana estar “confortável” com a atual política monetária e avaliar qualquer ajuste de forma “paciente”, afirmou o presidente da instituição, Jerome Powell.

Na reunião de dois dias que terminou esta quarta-feira, o Federal Open Market Committee (FOMC) manteve a taxa de juro de referência (federal funds rate) inalterada, em linha com as expetativas dos analistas, num intervalo entre 2,25% e 2,50%.

A última vez que o FOMC implementou um aumento na federal funds rate foi em dezembro do ano passado. Na reunião de janeiro a instituição liderada por Jerome Powell alterou a posição em relação ao percurso dos aumentos das taxas de juro dizendo que irá ser paciente, tendo em conta os desenvolvimentos económicos e financeiros, quando anteriormente apontava para aumentos graduais. Essa posição foi mantida na reunião de março.

Na conferência de imprensa que se seguiu à reunião de maio, Powell recordou que no início do ano “várias correntes cruzadas” apresentavam riscos para a o outlook, incluindo a fraqueza do crescimento da economia global, especialmente na China e Europa, a possibilidade de um Brexit disruptivo e a incerteza em relação às negociações sobre o comércio internacional.

“Enquanto receios continuam a existir em todas estas áreas, parece que os riscos estão algo mais moderados”, disse, adiantando que dados recentes na China e na Europa mostraram algumas melhorias, a hipótese de um Brexit desordenada foi adiada e que há progressos na conversações entre os EUA e a China sobre a guerra comercial.

“O FOMC vê estes desenvolvimento, em paralelo com o outlook de crescimento económico contínuo, um mercado de trabalho forte e pressões inflacionárias ténues, como sendo consistentes com o paciência contínua na avaliação de novos ajustes na política monetária”, sublinhou Powell.

Questionado sobre a especulação nos mercados sobre um corte nas taxas de juro este ano, o presidente da Fed respondeu que de momento não vê essa possibilidade como necessária.

“Acabámos agora uma reunião de dois dias, na qual fizemos uma análise profunda sobre as condições económicas e financeiras nos EUA e à volta do mundo e pensámos sobre a nossa política, e o que achamos é que a nossa posição é a apropriada nesta altura”, frisou. “Não vemos um racional forte para mudar para uma ou outra direção”.

 

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