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Nenhuma empresa fez queixa sobre alegados abusos na amamentação

Ao contrário do que afirma a ministra do Trabalho, não existem registos de abusos relativamente a mães que usufruem da lei da amamentação. Desde 2021, a ACT aplicou mais de duas dezenas de multas ou advertências a empresas que desrespeitaram a lei.
MANUEL DE ALMEIDA/LUSA
8 Agosto 2025, 08h16

As autoridades nacionais não têm qualquer registo de abusos de mães trabalhadores na dispensa para amamentação, de acordo com revelação desta sexta-feira do jornal “Correio da Manhã” e ao contrário daquilo que já tinha afirmado a ministra do Trabalho, a propósito de eventuais abuso nesta matéria.

Atualmente há direito à dispensa diária para efeitos de amamentação, durante todo o tempo que durar a amamentação. Com a reforma laboral proposta, o Governo quer limitar a sua duração aos dois anos do bebé.

O Governo entregou recentemente aos parceiros sociais o anteprojeto para a reforma da legislação laboral que mexe com mais de cem artigos do Código do Trabalho, entre os quais quatro referentes ao regime da parentalidade.

Conta o “CM” que a Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego desconhece situações de abuso por parte de mães trabalhadoras relativamente à dispensa para amamentação, sendo que, de acordo com a lei em vigor, as mães com filhos em fase de amamentação têm direito a horário reduzido

Do lado da Autoridade para as Condições do Trabalho, também não existe registo de casos em que a licença de amamentação tenha sido usado de forma ilegal nos últimos anos. Já quanto à forma como as empresas lidam com o tema, existiram 23 casos de desrespeito desta lei desde 2021. Essa situação gerou a aplicação de dez multas e treze advertências.

Declarações “infelizes e infundadas”

José António Vieira da Silva, ex-ministro do Trabalho, deixou, em entrevista à “Antena 1”, sérias críticas a Maria do Rosário Palma Ramalho, atual governante da pasta, a propósito da polémica em torno da amamentação e da forma como o Governo considera que estão a ser cometidos abusos nesta matéria.

Para o antigo governante, este tema foi alvo de declarações “infelizes e levianas” por parte da ministra do Trabalho e defende que Maria do Rosário Palma Ramalho deveria ter sido mais criteriosa nas afirmações. Além disso, Vieira da Silva considera que é lançado um “manto negro” sobre os beneficiários.

O antigo titular da pasta do trabalho revela que o tema da redução de horário para a amamentação das crianças “sempre foi pacífico para as confederações patronais” e afirma que “todos os governos sempre procuraram maior conciliação entre a vida pessoal, familiar e profissional”.

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