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Netanyahu acusa Austrália de “lançar achas na fogueira do antissemitismo”

Este domingo, na praia de Bondi, Sydney, durante a celebração da festa judaica do Hanukkah, dois homens abriram fogo contra uma multidão causando 12 mortos e 29 feridos, segundo as autoridades australianas, que tratam o caso como um “ato terrorista”.
14 Dezembro 2025, 14h34

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, acusou hoje o Governo australiano de ter “lançado achas na fogueira do antissemitismo” no país, que conduziu ao tiroteio em Sydney, que matou 12 pessoas.

Hoje, na praia de Bondi, Sydney, durante a celebração da festa judaica do Hanukkah, dois homens abriram fogo contra uma multidão causando 12 mortos e 29 feridos, segundo as autoridades australianas, que tratam o caso como um “ato terrorista”.

“Há três meses, escrevi ao primeiro-ministro australiano para lhe dizer que a sua política estava a atirar achas para a fogueira do antissemitismo”, disse Netanyahu, referindo-se a uma carta enviada a Anthony Albanese em agosto, após o anúncio de Camberra de reconhecer um Estado palestiniano.

“O antissemitismo é um cancro que se espalha quando os líderes permanecem em silêncio e não agem”, criticou Netanyahu, num discurso durante um evento no sul de Israel, e que segue a linha de outros responsáveis políticos do país.

O Presidente israelita, Isaac Herzog, já havia denunciado o caráter antissemita do ataque: “Os nossos irmãos e irmãs de Sydney, na Austrália, foram atacados por terroristas ignóbeis num ataque muito cruel contra judeus”.

“Repetimos incessantemente os nossos avisos ao governo australiano para que tome medidas e combata a onda massiva de antissemitismo que assola a sociedade australiana”, acrescentou o Presidente, num discurso.

Por seu turno, o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Saar, disse, na plataforma X, estar “consternado” e também considerou que “estas são as consequências da onda de antissemitismo que varreu as ruas da Austrália nos últimos dois anos”.

“O Governo australiano, que recebeu inúmeros sinais de alerta, tem de se recompor”, insistiu.

Herzog e Saar afirmaram ter falado com David Ossip, presidente do Conselho Representativo dos Judeus do estado australiano de Nova Gales do Sul, que “estava a discursar no evento quando o tiroteio começou”.

Também o líder da oposição israelita, Yair Lapid, disse estar “horrorizado com o ataque terrorista antissemita” em Sydney.

“Boulder. Manchester. Washington. E agora Sydney. Os nomes de cada vez mais cidades em todo o mundo estão a tornar-se sinónimos de ataques mortais contra judeus. Para pôr fim a estes horrores, é necessária uma intervenção imediata e decisiva a todos os níveis”, acrescentou, no X.

Para o ministro de extrema-direita responsável pela Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, “o sangue das vítimas está nas mãos do Governo australiano, que anunciou o reconhecimento de um Estado ‘palestiniano’ e legitimou o terrorismo contra os judeus”.

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