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Nove gigantes da economia “online” só pagam 2,8 milhões ao Fisco espanhol

Uber, Booking, Deliveroo, Blablacar ou Airbnb faturam o seu negócio espanhol noutro país, aproveitando regimes fiscais mais atrativos. Ministério das Finanças está a pôr em marcha várias medidas para aumentar a fatura fiscal dessas plataformas digitais.
12 Agosto 2017, 18h13

Em 2016, mais de 5,4 milhões de pessoas utilizaram o Airbnb para se hospedarem em território de Espanha. A plataforma digital tem cerca de 187 mil anúncios ativos de casas para alugar e, de acordo com os dados que disponibiliza, os anfitriões ou donos das casas geraram 560 milhões de euros em alugueres. Desta faturação, a Airbnb recolhe 3% de comissão, ao que acresce 10% a 12% que cobra ao hóspede por cada reserva. Ou seja, ganhou dezenas de milhões de euros em Espanha, no ano passado, mas apenas pagou 55.211 euros de imposto a empresas, como informa a publicação “El Economista”.

O esquema é tão simples quanto legal: a Airbnb declarou uma faturação de 2,92 milhões de euros por trabalhos de promoção e marketing, a qual é paga pela filial Airbnb Irlanda. Dessa forma a multinacional “online” fatura as suas vendas espanholas através da empresa sediada na Irlanda, onde centraliza todo o seu negócio europeu, pagando os impostos mais baixos que a Irlanda proporciona. Esta estrutura fiscal da Airbnb também é utilizada pela maioria das grandes plataformas digitais que operam em Espanha e nos demais países da União Europeia.

A “El Economista” salienta que, em 2015, nove gigantes da economia digital (Uber, Booking, Deliveroo, Blablacar e Airbnb, entre outras empresas) só pagaram 2,8 milhões de euros de impostos em Espanha, apesar dos grandes volumes de negócios que mantêm no país. Como tal, o Ministério das Finanças espanhol está a analisar formas de aumentar a fatura fiscal das plataformas “online” que operam no país, enquanto se aguarda que a União Europeia consiga homogeneizar as bases do imposto das empresas para repartir a coleta entre os países em função do negócio real que seja efetivamente gerado em cada país.

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