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Novo aeroporto de Lisboa: Alcochete, Vendas Novas e Santarém custam mais de 9,5 mil milhões cada

Três das opções mais caras, registam valores acima de 9,5 mil euros.
6 Dezembro 2023, 07h30

As localizações Campo de Tiro de Alcochete e Vendas Novas são as mais caras entre as diferentes opções estratégicas para o Novo Aeroporto de Lisboa.

Cada uma custa mais de 9 mil milhões de euros, segundo a Comissão Técnica Independente (CTI): Alcochete (9,9 mil milhões de euros) e Vendas Novas (9,7 mil milhões). As duas mais caras são também as escolhidas pela CTI como as duas melhores localizações, com o Campo de Tiro de Alcochete a liderar.

Segue-se a opção Santarém que também tem um valor acima de 9 mil milhões de euros: 9,55 mil milhões.

A opção por um hub no Montijo teria um custo de 8 mil milhões de euros.

No caso das opções duais, a mais cara seria aeroporto de Lisboa + Alcochete: 8,2 mil milhões de euros.

Segue-se Lisboa + Vendas Novas (8,1 mil milhões) e Lisboa + Santarém (8,1 mil milhões).

Por último, a opção que ficaria mais em conta é Lisboa + Montijo: 3,8 mil milhões de euros. No entanto, a CTI destaca que esta opção ficaria saturada em 2038, o que obrigaria a novo processo de construção de aeroporto no médio prazo.

A CTI também se debruçou sobre o número de anos que seriam necessários para estar concluída a primeira pista.

A opção Lisboa + Montijo seria a mais rápida: seis anos para a primeira pista estar disponível. Segue-se a opção Lisboa + Alcochete: sete anos.

A opção Alcochete demoraria oito anos, com a opção Santarém a demorar oito anos.

Por fim, três opções demorariam um total de nove anos cada: Montijo + Lisboa, Lisboa + Vendas Novas e Vendas Novas.

Analisando os factores críticos de decisão, Alcochete lidera em vários: segurança aeronáutica (Alcochete e Vendas Novas), acessibilidade e território (Lisboa + Montijo/Montijo único; Lisboa + Alcochete/Campo de Tiro de Alcochete); saúde humana e viabilidade ambiental (Vendas Novas; CT Alcochete); conectividade e desenvolvimento económico (Lisboa + Alcochete; Lisboa + Vendas Novas/Lisboa + Santarém); investimento público e modelo de financiamento (Lisboa + Alcochete; Lisboa + Vendas Novas/Lisboa + Santarém).

Comparando as duas opções que ficaram melhor classificadas na avaliação, a CTI aponta que tanto o Campo de Tiro de Alcochete como Vendas Novas são “duas opções com mérito equivalente do ponto de vista aeroportuário e aeronáutico, não tendo grandes restrições do ponto de vista aeronáutico”.

Alcochete “é um terreno público, não exige expropriações”, enquanto que em Vendas Novas o terreno é privado, seriam necessárias expropriações e o Campo de Tiro de Alcochete teria de ser encerrado pois não poderia estar em funcionamento com voos em Vendas Novas.

“Não é possível ter operação aérea em Vendas Novas e manter Campo de Tiro de Alcochete”, disse a professora Rosário Macário na terça-feira, uma dos membros da CTI, durante a apresentação das conclusões do grupo de peritos independentes.

Sobre a rejeição do Montijo, apontou que o aeroporto ficaria saturado em 2038, obrigando a procurar uma nova solução aeroportuária no médio prazo.

No caso de Santarém, apontou que a existência de áreas militares no lado oeste desta opção é uma questão difícil de resolver, aparte da distância de Lisboa.

“No lado oeste existe um grande bloco, o de Monte Real onde há exercícios militares da NATO.

As áreas de aproximação  e descolagem vão entrar na zona de bloco de Monte Real. Não é viável do ponto de vista de segurança, é um risco grande termos dentro do espaço aéreo aviões em velocidades completamente diferentes”, afirmou a especialista.

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