O Novo Banco assinou ontem, dia 23 de abril, um Protocolo com a Universidade Nova – Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH), no Museu de Numismática do Novo Banco, na sede do banco em Lisboa.
“O Novo e a Nova assinam uma parceria”, foi esse o slogan lançado informalmente por António Ramalho para descrever que ambos fazem parceria para disponibilizar a Coleção de Numismática aos investigadores e projetos académicos.
“Este protocolo de Cooperação com a Universidade Nova de Lisboa – FCSH vai impulsionar a visibilidade e acessibilidade da coleção a grupos de investigadores e estudiosos da Universidade”, diz o banco em comunicado.
A Coleção de Numismática Novo Banco será assim objeto de investigação e análise frequente, tornando-se ponto de referência numa série de estudos e projetos académicos.
A que é que os alunos da FCSH da Nova vão ter acesso? A uma das maiores e mais completas coleções de numismática portuguesa.
A coleção de Numismática do Novo Banco (que foi constituída pelo BES) possui mais de 13.000 exemplares, e é um legado de 20 séculos de história. São mais de dois mil anos que retratam, através do dinheiro, a nossa formação enquanto povo, cultura e nação, e “à qual cada época imprimiu o seu indelével cunho”, explica o banco.
As moedas em exposição em vitrinas e com vídeos interativos de explicação, vão desde os períodos anteriores à formação do Reino de Portugal, como os Hispano-romano, Suevo, Visigodo e Muçulmano, ao ciclo do ouro do Brasil, passando pelos períodos medieval e dos Descobrimentos.
A colecção atravessa e representa, “em alguns dos mais notáveis exemplos a nível mundial, todos os reinados portugueses, os mais de cem anos da República e colónias, culminando com a introdução do Euro como unidade monetária”.
O banco explica que este património possui dos mais belos exemplares da numismática portuguesa, que conhece três ciclos grandiosos: o medieval, o dos Descobrimentos e o do ouro do Brasil. Nos Descobrimentos, época áurea da História de Portugal, surge o Português. Esta moeda de ouro foi, durante cerca de 70 anos, a mais valiosa e rica a circular no mundo, aceite em todas as transações comerciais. É um dos grandes marcos da glória da era Manuelina e destinava-se a anunciar ao mundo a vitória portuguesa no descobrimento do Caminho Marítimo para a Índia.
É a primeira moeda convertível portuguesa, explica António Ramalho, que recorda que o escudo não era convertível porque não era aceite em mais nenhum lugar do mundo. Só era convertível no mercado cambial, mas contra reservas.
O terceiro ciclo glorioso pertence ao ouro vindo do Brasil, território descoberto em 1500 e fonte de inúmeras riquezas. D. João V mandou cunhar, durante o seu reinado e graças às grandes remessas de ouro provenientes do Brasil, uma das mais fantásticas séries monetárias da numismática portuguesa.
Também as antigas colónias constituem um repositório digno de registo, sendo de destacar, entre todas as outras, as do Brasil e da Índia, como as maiores coleções conhecidas atualmente.
Na sessão solene este presente o Diretor da Faculdade de FCSH da Universidade Nova, Francisco Caramelo, Catarina Tente, Professora da área de História/Arqueologia, António Ramalho CEO do NOVO BANCO e o Embaixador oficial do NB Cultura e membro do Conselho Geral e de Supervisão, Robert Sherman.
Esta é mais uma iniciativa que se insere no âmbito do projeto NB Cultura que foi criado com o compromisso de disponibilizar à fruição pública o património cultural e artístico do Novo Banco, através de parcerias com entidades públicas e privadas, como universidades e museus, de âmbito nacional e regional.
“Este protocolo de cooperação prevê, entre outros, o incentivo e promoção da investigação e produção de trabalhos conjuntos nas áreas em questão, a colaboração no estudo e divulgação da Coleção e promoção de visitas ao Museu dentro do programa de estudos e investigação da Nova FCSH”, diz o banco.
“Serão ainda difundidos, por ambas as partes, documentos e publicações de interesse comum relacionados com a numismática e editados por qualquer uma das entidades, e a colaboração na promoção de exposições”, acrescenta a instituição.
O NB Cultura reúne sob um único conceito toda a coleção, com o objetivo último de preservar e divulgar o seu vasto património, assente em quatro pilares: Coleção de Pintura – Conjunto de mais de 90 obras relevantes de pintura portuguesa e europeia de várias épocas; Coleção de Fotografia Contemporânea – Entre as melhores coleções empresariais do mundo; Biblioteca de Estudos Humanísticos – Das mais valiosas bibliotecas particulares especializadas em estudos humanísticos; e esta Coleção de Numismática.
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