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Novo Banco “não reage” a previsão do Governo mas acha “feliz” capitalização faseada

O Governo prevê injetar no Novo Banco 2.150 milhões de euros até 2021, confirmando os 1.149 milhões de euros em 2019 e adicionando a previsão de 600 milhões em 2020 e 400 milhões em 2021, segundo o Programa de Estabilidade hoje divulgado.
  • Cristina Bernardo
15 Abril 2019, 17h45

O presidente executivo do Novo Banco disse hoje que a instituição “não reage” à previsão de injeção de 2.150 milhões de euros por parte do Governo, mas considera uma “ideia feliz” a recapitalização faseada do banco.

Num encontro com a imprensa na sede do banco, em Lisboa, o presidente executivo do Novo Banco, António Ramalho, disse que a instituição “não reage” e “não vai comentar” perspetivas do Governo.

“O Novo Banco tem o seu projeto, que é enquadrado desde 2017 [data da venda de 75% do capital à Lone Star, ficando os 25% restantes no Fundo da Resolução] e, portanto, seguirá o seu caminho naturalmente, e não vai comentar perspetivas do lado do Governo”.

O Governo prevê injetar no Novo Banco 2.150 milhões de euros até 2021, confirmando os 1.149 milhões de euros em 2019 e adicionando a previsão de 600 milhões em 2020 e 400 milhões em 2021, segundo o Programa de Estabilidade hoje divulgado.

António Ramalho disse que a “decisão de fazer uma capitalização da instituição não toda à cabeça, mas de acordo com as necessidades” é uma “ideia feliz”, uma vez que “o dinheiro fica protegido se for entregue à empresa quando ela precisa dele”.

No entender do líder do Novo Banco, “é uma solução que de alguma maneira precisa de ser compreendida por todos”.

“Quando se tem de pedir dinheiro aos acionistas não é o melhor dos momentos da instituição financeira”, assumiu, mas garantiu que o banco vai resolver “com toda a naturalidade” os seus problemas de legado.

Em 01 de fevereiro, na apresentação de resultados de 2018 do Novo Banco, a instituição liderada por António Ramalho confirmou que iria pedir 1.149 milhões de euros ao Fundo de Resolução.

“Em resultado das perdas das vendas e da redução dos ativos ‘legacy’, o Novo Banco irá solicitar uma compensação de 1.149 milhões de euros ao abrigo do atual Mecanismo de Capital Contingente (CCA). Este montante decorre em 69% das perdas assumidas sobre os ativos incluídos no CCA e 31% devido a requisitos regulatórios de aumento de capital no quadro do ajustamento do período transitório dos rácios de capital e ao impacto do IFRS 9” (normas de contabilidade), referiu o banco em comunicado, à data.

Em 2018, para fazer face a perdas de 2017, o Novo Banco já tinha recebido uma injeção de capital de 792 milhões de euros do Fundo de Resolução.

O Fundo de Resolução é uma entidade financiada pelas contribuições dos bancos do sistema (entre os quais o público Caixa Geral de Depósitos), mas está na esfera do Estado (conta para o défice orçamental) e é gerido pelo Banco de Portugal.

 

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