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Número de casas vendidas em Portugal caiu 22% no primeiro semestre

Dos 68 mil fogos transacionados, 93% dizem respeito a clientes portugueses. No último ano e meio foram concluídas 30.750 novas casas em Portugal e licenciadas outras 46.700, números que ficam abaixo da média anual (72.800 fogos) concluídos entre o período de 2000 a 2010.
Casas
19 Outubro 2023, 19h05

O número de casas vendidas em Portugal registou uma quebra homóloga de 22% no primeiro semestre do ano, o que se traduziu num total de 68 mil fogos transacionados, dos quais 93% por clientes portugueses. Já o volume de vendas caiu 16% para 14 milhões de euros, de acordo com os dados revelados pelo estudo “Portugal Living Destination’ apresentado pela consultora imobiliária JLL esta quinta-feira, 19 de outubro.

Preço das casas subiu 90% em relação a 2015, enquanto salários subiram 20%

No último ano e meio foram concluídas 30.750 novas casas em Portugal e licenciadas outras 46.700, números que ficam abaixo da média anual (72.800 fogos concluídos entre o período de 2000 a 2010), e revelando-se insuficientes para as necessidades atuais da procura, que no mesmo período absorveu 236 mil casas.

Em relação ao volume de contratação de crédito à habitação, o primeiro semestre verificou um aumento de 8% para 9.081 milhões de euros, sendo que o rácio de capitais próprios/financiamento “mantém-se saudável”, com o montante concedido em crédito a concentrar 66% do total transacionado pelo mercado, que atingiu um total de 13.761 milhões de euros.

O estudo analisou os segmentos de venda e arrendamento, com especial incidência nas áreas metropolitanas de Lisboa, Porto e Algarve. No caso da capital, verificou-se uma descida de 27% no número de unidades vendidas durante o primeiro semestre e de 17% no que toca ao volume de vendas. No período em análise, o preço das casas para venda aumentou em 5%, tendo o mercado de arrendamento observado um crescimento de 20%.

Em relação aos investidores, Portugal continua a ser o principal cliente, sendo que a nível internacional, os mercados do Brasil, Reino Unido e Estados Unidos são aqueles que mais predominam em Lisboa.

Por sua vez, a região do Porto registou uma quebra de 22% no número de unidades vendidas e uma redução de 16% no volume de vendas. No primeiro semestre do ano, o preço das casas para venda teve uma ligeira subida de 2%, enquanto no mercado de arrendamento os valores aumentaram em 29%.

No que toca aos investidores, 60% são de origem portuguesa, enquanto nos estrangeiros predominam os clientes dos Estados Unidos, Brasil e África do Sul.

No Porto, a maioria das zonas também já pratica rendas superiores a mil euros, com exceção de Gaia Rio e o eixo Antas/Prelada/Constituição/Asprela.

Já a Área Metropolitana do Algarve, também não ficou indiferente ao momento problemático que o sector imobiliário atravessa, tendo verificado uma descida de 27% no número de casas vendidas e uma quebra de 31% no volume de vendas.

De resto, o preço das casas para venda observou mesmo uma ligeira diminuição de 1%, enquanto o valor das rendas disparou em 42%. Nesta região os clientes internacionais são quem mais se destaca, em particular o Reino Unido, China, França e Alemanha.

“Nos últimos três anos, a JLL apura um crescimento acumulado de 25% dos preços de venda das casas e de 23% nas rendas, o que comprova a capacidade de valorização do mercado”, indica o documento. Joana Fonseca, Head of Strategic Consultancy & Research da JLL, considera que a principal razão para tal cenário “continua a ser a escassez estrutural de oferta. Sendo verdade que o número de licenciamentos tem vindo a aumentar gradualmente nos últimos anos, o ritmo de chegada de novas casas ao mercado continua muito abaixo do volume de procura”.

Já Pedro Lancastre, CEO da JLL Portugal, defende que “a falta estrutural de oferta associada às alterações dos perfis de procura e de consumo, conferem uma atratividade acrescida a este mercado, que carece de casas para comprar e para arrendar para as novas famílias, em novas localizações e ajustadas às diferentes carteiras. É urgente, como país, investirmos na habitação e isso terá de ser feito pelo lado privado”.

Por sua vez, Patrícia Barão, Head of Residential, da JLL, refere que “o grande foco da habitação hoje é disponibilizar casas para todos, o que implica diversificar em termos de localizações, de segmentos-alvo e até de tipologias, considerando as alterações demográficas que surgiram na última década”.

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