Catarina Martins garantiu que “o Bloco de Esquerda [BE] não quer uma crise política”, em conferência de imprensa depois da reunião nacional do partido este domingo, 4 de outubro.
A resposta surgiu quando questionada sobre se tendo em conta a situação económica atual do país o Bloco de Esquerda não se sentiria obrigado a viabilizar o Orçamento de Estado para 2021. “Existe uma crise económica e sanitária que o país deve dar resposta e o Bloco de esquerda está muito empenhado para dar resposta, portanto eu julgo que o que seria estranho é que o Partido Socialista [PS] quisesse criar uma crise orçamental porque não quer cumprir o seu próprio compromisso do aumento do salário mínimo nacional”, explicou a coordenadora do BE.
“Ou porque agora deixou de acreditar naquilo em que acreditava há 5 anos sobre o que devem ser as compensações por despedimento para proteger o emprego ou que o partido socialista agora achasse normal o Serviço Nacional de Saúde não ter nenhum projeto para ter mais médicos e poder continuar a perder médicos em plena pandemia ou que o partido socialista ache que é mais importante garantir a rentabilidade da Lone Star do que investigar o que se esta a passar no Novo Banco”.
Sobre o Novo Banco, Catarina Martins assegurou existirem “indícios muito fortes de que há um acionista do Novo Banco chamado Lone Star que tem 75% do banco, o Estado como sabem tem 25%, se este acionista está a gerir o banco de está a ter perdas no banco e a prejudicar o acionista maioritário que é o Estado, o que o estado tem de fazer primeiro é investigar o que se está a passar, mesmo que fosse um acionista privado, faria isto”.
“Não há nada do ponto de vista contratual que diga que quando um acionista está a ser assaltado pelo outro não faz nada, é absurdo e como é absurdo temos pelo menos que chegar à conclusão de que não se pode pedir nenhuma injeção de forma nenhuma enquanto não se consegue investigar o que é que a Lone Star esta a fazer no Novo Banco tanto para proteger o erário público, para proteger o próprio Novo Banco e para proteger o sistema financeiro como um todo”, apelou Catarina Martins.
Quanto às divergências com o executivo de António Costa na legislação do trabalho, a líder do Bloco de Esquerda explicou que o “Governo falou de uma eventual moratória durante alguns meses e não de uma alteração do código do trabalho e portanto julgo que e sem correr o risco de ser demasiadamente simplista, o governo tem apresentado algumas alternativas provisorias ou algumas medidas extraordinárias, mas não tem querido fazer uma mudança estrutural na legislação do trabalho”
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