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O futebol está em perigo? “Sim”, diz Domingos Soares de Oliveira

Quanto questionado sobre o futuro do futebol, Domingos Soares de Oliveira disse que o modelo atual está em perigo e que não é possível haver um campeonato onde só há oportunidades para alguns clubes.
7 Novembro 2017, 14h42

O futuro do futebol foi discutido no palco do SportsTrade da Web Summit, e contou com a participação de Domingos Soares de Oliveira, administrador executivo da SAD do Benfica, e David Griffin, Executivo da NBA.

Os modelos de mercado no desporto têm sido um tema quente e bastante abordado por consultoras e clubes. Um recente estudo da DBRS analisou os principais fatores de risco dos clubes de futebol europeus, em relação à evolução dos modelos de negócios que, pelo menos para os clubes de topo, tende a não estar estritamente relacionado com o desempenho desportivo.

Esta premissa mostrou-se ser também uma preocupação para o SL Benfica, e o futebol no geral. “Não podemos falhar nem dentro do campo nem fora É importante termos a noção de que para além dos golos, temos de saber aumentar o número de bilhetes vendidos, assim como de merchandising. É um equilíbrio difícil de manter”, admitiu Domingos Oliveira.

Para além do futebol, o mesmo acontece também na NBA, onde há um grande desequilíbrio  da valorização dos jogadores. “Há clubes que pagam pelo LeBron James valores que estatisticamente é impossível ele valer, e o mesmo acontece com jogadores como o Neymar, Messi e Cristiano Ronaldo”, disse David Griffin, Executivo da NBA. 

Tanto Domingos Soares de Oliveira como David Griffin concordam que é muito importante ter uma elaborada base de dados sobre os atletas, mas o Executivo da NBA alerta que “data sem uma tradução é apenas informação ‘oca’. É preciso uma grande equipa para analisar esses dados porque podem tornar-se inúteis”.

Para provar a ideia de que dados sobre jogadores é fundamental, Domingos Oliveira dá o exemplo da Caixa Futebol Campus. “Estamos a tentar lidar com os jogadores de forma diferente, do forma interna. Estamos a desenvolver, juntamente com a Microsoft, um programa de angariação de dados sobre os nossos jogadores”, desde maio deste ano.

Mas o português ressalva para a necessidade de haver talento. “O mais importante é encontrar talento. Podemos ter muitos dados e formação mas sem talento, um jovem nunca se vai tornar num grande jogador de futebol, e nunca nos podemos esquecer disso”.

Quanto questionado sobre o futuro do futebol, Domingos Oliveira disse que o modelo atual está em perigo e que não é possível haver um campeonato onde só há oportunidades para alguns clubes.

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